SOBRE O VÍDEO PROFESSOR POR EXCELÊNCIA.
Falar
sobre o filme Professor por excelência é abordar a realidade de vida do
professor contemporâneo brasileiro, muito embora nem todos demonstrem o carisma
e garra de Conroy, entretanto os problemas vivenciados não são diferentes.
Dentre os dilemas abordados no filme e na nossa
realidade destaca-se neste texto as questão de ordem social e gestão escolar. O
filme parece revelar o perfil das escolas públicas do interior do Ceará:
estrutura física precária, currículo que
na maioria das vezes não satisfaz a necessidade e a curiosidade dos alunos, e
gestores preocupados mais com as “normas administrativas” que com a própria
aprendizagem dos alunos. Assim sendo,
acredita-se que a escola representada no filme, precisava formar cidadãos
trabalhadores (aptos para o sistema capitalista) e não seres pensantes, pois os
alunos não sabiam sequer sua própria historia.
A didática sugerida pela diretora e pelo supervisor, também, nem de
longe previa a formação para a cidadania.
Diante de toda problemática apresentada, emerge a figura operante e
inovadora do professor, que tem a ousadia de romper os velhos paradigmas de um
sistema educacional falido, e fazer a diferença na vida dos alunos e também de
suas famílias. Os temas que permeiam a
saga do professor são temas que se fazem presentes também em nossa realidade:
extrema pobreza dos alunos, o preconceito e a discriminação racial e social que
fortalecia o estado de subserviência a que estavam acostumados e adestrados,
bem como o conservadorismo na gestão escolar e o desconhecimento da tecnologia
e da Arte. Tudo isso impossibilita até hoje a interação entre as pessoas e
desenvolvimento pleno da espécie humana.
Conroy nos convida a refletirmos nossas
práticas e nosso papel enquanto educadores. Suas atitudes deixam claro que
devemos possibilitar aos alunos uma formação intelectual, fazendo-os adquirirem
conhecimentos elementares para a formação da cidadania e da pessoa humana. Portanto, devemos focalizar mais nossas ações
nas necessidades dos alunos, que no currículo propriamente dito, e se
necessário enfrentarmos o sistema educacional para tirarmos o povo da alienação
a que a escola os submete.
Ao analisar a postura do personagem
principal do filme, acredita-se que
mudar esse panorama caótico em que se encontra a educação é possível:
Acredita-se que educar pode ser
divertido assim como um doce sacrifício, e que oferecendo aos alunos um
professor que acredite na educação e que
queira fazer a diferença, todos são capazes de aprender e ressignificar sua
própria história. É bem verdade que os
métodos do professor Conroy pareçam utópicos, mas eles são praticáveis na
realidade, embora os professores
que os praticam também pagam o preço por lutar contra o sistema.
Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo
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