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MARIA NOBRE - EDUCAÇÃO INFANTIL

domingo, 6 de novembro de 2016

COMPREENDENDO O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA LEITURA; Um enfoque neurocientífico na perspectiva educacional.


FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
  CAMPUS UNIFUTURO
 NÚCLEO NORDESTE
 MESTRADO EM EDUCAÇÃO






MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO





COMPREENDENDO O  PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA LEITURA; Um enfoque neurocientífico na perspectiva educacional.







QUIXADÁ- CE                                                                                                                                      2015
1-    Introdução.

Este texto  pretende   estudar como o cérebro se comporta durante o processo de aprendizagem relacionado  à construção da leitura, haja vista ser este tema   uma das  principais inquietações dos professores alfabetizadores nestes últimos tempos.  
Elegeu-se como principal objetivo propiciar aos leitores a reflexão sobre a descoberta  do saber, como a criança aprende e do que necessita para efetivar as aprendizagens no campo da leitura, tornando-as significativas.
Para melhor compreensão do assunto, será feito uma conjectura entre o processo de construção da leitura e a ação do cérebro neste processo. Assim sendo,  a  neurociência será tomada como base deste estudo, pois esta  corrente filosófica nos permite  conferir, como funciona o cérebro e as estruturas que levam à aprendizagem.
Por entender que o nosso cérebro é o responsável pela forma como se processam as informações, se apreende os saberes e se  transformam as  conduta humanas, considera-se  necessário  que os educadores aprofundem os conhecimentos  acerca das contribuições das  neurociências  no processo de leitura. 
Se o papel primordial da escola é proporcionar aos alunos  oportunidades e orientação para aprendizagem significativa,  bem como aquisição de novos comportamento para que este venha atuar melhor no meio onde está inserido, não se pode menosprezar ou não interessar-se pelas descobertas das neurociências no campo da leitura, pois muito embora se tenha hoje  relevantes estudos nesta área, a  maioria dos mecanismos cerebrais responsáveis por funções mentais importantes na aprendizagem ainda não são bem compreendidos.
Ressalta-se, porém,  que em momento algum este trabalho assumi  o papel pretensioso de propor uma nova pedagogia sugerindo mudanças à prática docente, entretanto,  pretende-se por  meio deste provar a eficácia de estratégias pedagógicas, que respeitam a forma como o cérebro funciona.   Considera-se assim que, o presente trabalho tem grande relevância para os leitores que aspiram  uma educação de qualidade, no que diz respeito ao processo de alfabetização e letramento,  pois o mesmo chama atenção do leitor / alfabetizador á repensar sua prática, a crer na importância da linguagem, repensar  os métodos de alfabetização e o ensino-aprendizagem da leitura.




2 - DESENVOLVIMENTO

Discutir   as  contribuições da neurociência no  processo de aprendizagem da leitura  requer uma investigação profunda, haja visto ser a temática ainda pouco estudada, e pelo fato de o próprio assunto ser por demais complexo.  Nessa perspectiva, questões de diferentes naturezas  investigam o fracasso, os métodos escolares relacionadas ao ato de LER... 
Pesquisar o  processo de construção da leitura, á luz da neurociência  na perspectiva educacional,   instiga  a busca da compreensão  dos fundamentos que dão bases ao processo de aprendizagem, e também nos leva a questionar sobre  o que é neurociência e que possíveis ligações pode ter com a aprendizagem.  Em resposta a essas indagações, parafraseamos Relva 2009, afirmando que a neurociência  é uma ciência nova que estuda o sistema nervoso central bem como a sua complexidade através de bases científicas., dialogando também com a educação, através de uma nova área, a neuroeducação e neurodidatica. Este ramo novo estuda a educação e o cérebro, entendo o último como um órgão “social” passível de ser modificado pela pratica pedagógica.
Dentro do  cérebro humano  estão guardados  as memórias, sentimentos, desejos, pensamentos, decisões....  e não é atoa que muitos o denominam  como sendo “o computador do nosso corpo”.  Diante das concepções expostas, acredita-se, que não se pode investigar os  métodos de  aprendizagem da leitura,  sem abordar  os  processos neurais, elos que se instituem, neurônios que se ligam gerando novas sinapses. Neste sentido, conceitua-se,  a  Aprendizagem, como sendo um mirabolante e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos) e  tornando-as mais "intensas".  
A partir dessas compreensões percebe-se cada  vez mais  a importância de que o professor possa ter conhecimentos  a cerca das  funções do cérebro humano pra que que possa desenvolver / sustentar uma pratica pedagógica flexível e eficiente, sem a qual   dificilmente se formará bons leitores.  Torna-se necessário que os que fazem a educação, apropriem-se de conhecimentos acerca de como o aluno aprende, e não apenas de como se deve ensinar.
Pesquisas afirmam  que o cérebro humano tem dois hemisférios, e que o lado esquerdo é o responsável pelas aptidões de leitura, pelo uso da linguagem, nascimento de instruções, localização e de fatos, identificação de símbolos e escrita a mão.  Já o hemisfério do  lado direito,  é o responsável pelas habilidades de matemática, canto, musica, expressão artística,  criatividade, emoções e sentimentos.
É bem verdade  que a importância do hemisfério esquerdo na atividade da leitura em adultos já é conhecida desde o final do século XIX, e, ainda nestes  últimos anos vários estudos tem mostrado resultados na mesma direção, vejamos o que diz  Academia Brasileira de Ciências 2011. p 52 sobre o assunto:    
As estruturas neurais relacionadas a leitura estão distribuídas principalmente no hemisfério cerebral esquerdo, incluindo a região occipital, temporal posterior, giros angular e supramarginal do lobo parietal e o giro frontal inferior e estas áreas são ativadas em diferentes tipos de situações que ocorrem durante a leitura.

Diante os entraves, mitos e dificuldades relacionados compreensão de como se inicia o processo de construção da leitura surgem a necessidade de entendermos a estrutura física o cérebro humano, se quisermos ter uma prática significativa. Neste sentido a neurociência   permite a compreensão do processo de aprendizagem nos circuitos neurais, partindo do estudo de um sistema nervoso central, conhecendo o funcionamento dos estímulos cerebrais, suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem sua função e real importância num trabalho em conjunto, onde cada um precisa e interage com o outro.

Para melhor  compreender o funcionamento do cérebro  a favor da leitura,  far-se-á aqui  uma descrição mais especifica  sobre a anatomia, o papel e a  funções do cérebro humano. Em consulta ao  http://www.todabiologia.com/anatomia/cerebro.htm confirmam-se as definições e conceitos escritos nos parágrafos anteriores, e mais uma vez ressalta-se que o cérebro humano possui quatro áreas assim conceituadas: lobo frontal: localizada na parte frontal do crânio, responsável pelos movimentos voluntários e de suma importância para o estudo da personalidade e inteligência:  lobo parietal: localizado na parte posterior frontal, Possui uma área chamada somatossensória, responsável pela percepção de estímulos sensoriais que ocorrem através da epiderme ou órgãos internos; lobo temporal: possui uma área chamada córtex auditivo e esta diretamente ligada a audição; e ainda o lobo occipital: localizada na nuca  (parte de trás da cabeça), nele encontra-se o córtex visual, que recebe todas as informações captadas pelos olhos, portanto sua especialidade é a visão.
Não há duvidas que para cada função o cérebro reservou uma área especifica, como por exemplo: a região da audição, é acima da orelha,  a da visão, atrás da cabeça, mas, para a leitura, é como se o cérebro não tivesse desenvolvido uma região específica, o que percebemos até o momento é que o hemisfério esquerdo de forma geral é o responsável pelas aptidões de leitura. 
Para realizar essa tão mirabolante façanha, sabe-se ao certo que, cada órgão se conecta e se interliga nesse trabalho onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham um papel importantíssimo no processo de aprendizagem da leitura.
Há quem diga também que “Se uma pessoa não aprende da maneira como é ensinada, é melhor ensiná-la da maneira que pode aprender”.  Ao acreditar na veracidade  dessa concepção, compreende-se, ser de  suma importância que o professor repense sua pratica á luz, buscando entender que cada individuo é único;  assim sendo, já  não se concebe mais uma  prática mecânica e igualitária no sentido metódico.  Portanto, é fundamental que o professor ajude ao aluno a perceber sua individualidade, personalidade, tornando-o também responsável pelo ato de aprender a ler.
Estudos de (Raley 2011.p:15  apud Cavalho e Novo, 1995, p. 53)  afirmam  que  “uma melhor compreensão de como o cérebro funciona proporcionará a todos nós um melhor domínio sobre quem somos e uma orientação sobre como podemos exercer um papel ativo na configuração de nossas vidas. .
Guerra (2011), assegura que para o aluno aprender não depende só do cérebro, mas, também, da saúde em geral. Entretanto, ressalta-se também, que  se o aluno não “aprende” não julguem que necessariamente o mesmo tem “problemas cerebrais”. A maioria dos casos tem relação com outros fatores que podem estar relacionados a sua historia de vida.  Neste sentido não se pode ignorar que a aprendizagem também  é influenciada por aspectos culturais, sociais, econômicos .
O desenvolvimento cognitivo decorre das experiências que o indivíduo acumula, seja através das relações diretas com o mundo, seja através das relações mediadoras, cabendo, portanto a escola proporcionar aos alunos atividades significativas e prazerosas.  
Para Duboc, 2001. p:15  partindo da premissa de que a aprendizagem está intimamente ligada ao desenvolvimento do cérebro e que este molda-se a partir   dos estímulos culturais e ambientais, faz-se necessário possibilitar ao educando  a apropriação da experiência social.  Concepção esta, que percebe-se esta associada  as teorias de Vygotsky no que se refere: Zona de Desenvolvimento Atual, Zona de Desenvolvimento Potencial e Zona de Desenvolvimento Proximal.

















3 – CONCLUSÃO

Acredita-se que as reflexões  abordadas neste trabalho propiciam subsídios e estratégias para o educador  compreender os transtornos comportamentais e da aprendizagem. Para que se tenha uma melhor compreensão  do comportamento do organismo humano em relação a construção da leitura é mister  que  procure-se entender um pouco do sistema nervoso, haja vista ser nesta área que localizam-se as inteligências e os comandos físicos e psíquicos do corpo, situações essas, que são decisivas para o bem estar ou não do individuo em uma sociedade letrada e por que não dizer na escola  propriamente dito.
Optou-se não tentar achar culpados para os problemas relacionados às dificuldades em formar leitores, mas refletir a temática á luz da neurociência e conclui-se que para compreender o processo de construção da leitura é de sua importância estudar o cérebro humano, sua estrutura e funções. A investigação deixou claro o quanto a  influência de um ambiente rico em estímulos favorece o aumento do peso e espessura do córtex cerebral, a escola deve ser a fonte geradora desses estímulos e faz-se necessário construir pontes com a prática pedagógica.
Resultados dessa pesquisa mostram que  capacidade da leitura está associada a áreas especificas do cérebro e que  este é o órgão da aprendizagem e   está relacionado a um conjunto de habilidades. 
Ficou evidente que aproximação da neurociência com outras áreas de estudos consolida novas concepções de ensino - aprendizagem. A pratica pedagógica é enriquecida e provoca mudanças significativas com destaque para a contribuição da mediação, que se constitui como fundamental na relação de troca, entre professores e alunos, possibilitando a criação de uma fonte de novas conexões neurais.
REFERÊNCIA     BIBLIOGRÁFICA                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       Academia Brasileira de Ciências. Aprendizagem infantil : uma abordagem da neurociência, economia e psicologia cognitiva / Aloísio Pessoa de Araújo, coordenador. – Rio de Janeiro. , 2011. 264 p.

CARVALHO,  Fernanda Antoniolo Hammes de; NOVO, MAGDA SUZANA . Aprender como aprender: otimização da aprendizagem. Momento, Rio Grande, 17: 45-55, 2004/2005. 53

DUBOC,  Maria José Oliveira.  Neurociência: significado e implicações para o processo de aprendizagem.  Evidência, Araxá, v. 7, n. 7, p. 25-32, 2011.  mariaduboc@ig.com.br


GUERRA, Leonor Bezerra:  O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios e possibilidades. Revista Interlocução, v.4, n.4, p.3-12, publicação semestral, junho/2011.

G1/GLOBO.COM Cientistas explicam como o cérebro reage à leitura  25/09/2008         20:42   http://www.gazetadopovo.com.br   acessado em 15/012/2015     

RATEY, J. J. O cérebro: um guia para o usuário. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.


RELVAS, M.P. 2010. Fundamentos biológicos da educação: despertando inteligências e afetividade no processo de aprendizagem. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.
______. Neurociência e educação: potencialidades dos gêneros humanos na sala de aula. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2009.


Texto:  Cérebro Humano  http://www.todabiologia.com/anatomia/cerebro.htm. Acessado em 15/02/2015. 

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