FLORIDA
CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO
COMPREENDENDO O PROCESSO
DE CONSTRUÇÃO DA LEITURA; Um enfoque neurocientífico na perspectiva
educacional.
QUIXADÁ- CE
2015
1-
Introdução.
Este texto pretende
estudar como o cérebro se comporta durante o processo de aprendizagem relacionado à construção da leitura, haja vista ser este
tema uma das
principais inquietações dos professores alfabetizadores nestes últimos
tempos.
Elegeu-se como principal objetivo propiciar aos
leitores a reflexão sobre a descoberta
do saber, como a criança aprende e do que necessita para efetivar as
aprendizagens no campo da leitura, tornando-as significativas.
Para melhor compreensão do assunto, será
feito uma conjectura entre o processo de construção da leitura e a ação do
cérebro neste processo. Assim sendo, a
neurociência será tomada como base deste estudo, pois esta corrente filosófica nos permite conferir, como funciona o cérebro e as
estruturas que levam à aprendizagem.
Por entender que o nosso cérebro é o responsável
pela forma como se processam as informações, se apreende os saberes e se transformam as conduta humanas, considera-se necessário que os educadores aprofundem os conhecimentos acerca das contribuições das neurociências
no processo de leitura.
Se
o papel primordial da escola é proporcionar aos alunos oportunidades e orientação para aprendizagem
significativa, bem como aquisição de
novos comportamento para que este venha atuar melhor no meio onde está
inserido, não se pode menosprezar ou não interessar-se pelas descobertas das
neurociências no campo da leitura, pois muito embora se tenha hoje relevantes estudos nesta área, a maioria dos mecanismos cerebrais responsáveis
por funções mentais importantes na aprendizagem ainda não são bem
compreendidos.
Ressalta-se,
porém, que em momento algum este
trabalho assumi o papel pretensioso de propor
uma nova pedagogia sugerindo mudanças à prática docente, entretanto, pretende-se por meio deste provar a eficácia de estratégias
pedagógicas, que respeitam a forma como o cérebro funciona. Considera-se assim que, o presente trabalho tem grande
relevância para os leitores que aspiram uma educação de qualidade, no que diz respeito
ao processo de alfabetização e letramento,
pois o mesmo chama atenção do leitor / alfabetizador á repensar sua
prática, a crer na importância da linguagem, repensar os métodos de alfabetização e o
ensino-aprendizagem da leitura.
2 - DESENVOLVIMENTO
Discutir as contribuições
da neurociência no processo de
aprendizagem da leitura requer uma
investigação profunda, haja visto ser a temática ainda pouco estudada, e pelo
fato de o próprio assunto ser por demais complexo. Nessa perspectiva,
questões de diferentes naturezas investigam o fracasso, os métodos escolares
relacionadas ao ato de LER...
Pesquisar
o processo de construção da leitura, á luz da
neurociência na perspectiva educacional,
instiga
a busca da compreensão dos
fundamentos que dão bases ao processo de aprendizagem, e também nos leva a
questionar sobre o que é neurociência e que possíveis ligações pode
ter com a aprendizagem. Em resposta a
essas indagações, parafraseamos Relva 2009, afirmando que a neurociência é uma ciência nova que estuda o sistema
nervoso central bem como a sua complexidade através de bases científicas.,
dialogando também com a educação, através de uma nova área, a neuroeducação e
neurodidatica. Este ramo novo estuda a educação e o cérebro, entendo o último
como um órgão “social” passível de ser modificado pela pratica pedagógica.
Dentro do
cérebro humano estão
guardados as memórias, sentimentos,
desejos, pensamentos, decisões.... e não
é atoa que muitos o denominam como sendo
“o computador do nosso corpo”. Diante das concepções expostas, acredita-se, que não se pode investigar os métodos de aprendizagem da leitura, sem abordar os processos neurais, elos que se instituem,
neurônios que se ligam gerando novas sinapses. Neste sentido, conceitua-se, a Aprendizagem, como sendo um mirabolante e
complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando
sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos) e tornando-as mais "intensas".
A partir dessas compreensões percebe-se cada vez mais
a importância de que o professor possa ter conhecimentos a cerca das
funções do cérebro humano pra que que possa desenvolver / sustentar uma
pratica pedagógica flexível e eficiente, sem a qual dificilmente se formará bons leitores. Torna-se necessário que os que fazem a
educação, apropriem-se de conhecimentos acerca de como o aluno aprende, e não
apenas de como se deve ensinar.
Pesquisas afirmam
que o cérebro humano tem dois hemisférios, e que o lado esquerdo é o
responsável pelas aptidões de leitura, pelo uso da linguagem, nascimento de
instruções, localização e de fatos, identificação de símbolos e escrita a
mão. Já o hemisfério do lado direito, é o responsável pelas habilidades de
matemática, canto, musica, expressão artística,
criatividade, emoções e sentimentos.
É bem verdade
que a
importância do hemisfério esquerdo na atividade da leitura em adultos já é
conhecida desde o final do século XIX, e, ainda nestes últimos anos vários estudos tem mostrado
resultados na mesma direção, vejamos o que diz Academia Brasileira de Ciências 2011. p 52
sobre o assunto:
As
estruturas
neurais relacionadas a leitura estão distribuídas principalmente no hemisfério
cerebral esquerdo, incluindo a região occipital, temporal posterior, giros
angular e supramarginal do lobo parietal e o giro frontal inferior e estas áreas
são ativadas em diferentes tipos de situações que ocorrem durante a leitura.
Diante os entraves, mitos e dificuldades
relacionados compreensão de como se inicia o processo de construção da leitura
surgem a necessidade de entendermos a estrutura física o cérebro humano, se
quisermos ter uma prática significativa. Neste sentido
a neurociência permite a compreensão do
processo de aprendizagem nos circuitos neurais, partindo do estudo de um
sistema nervoso central, conhecendo o funcionamento dos estímulos cerebrais, suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem sua função e real
importância num trabalho em conjunto, onde cada um precisa e interage com o
outro.
Para melhor compreender o funcionamento do cérebro a favor da leitura, far-se-á aqui uma descrição mais especifica sobre a anatomia, o papel e a funções do cérebro humano. Em consulta ao http://www.todabiologia.com/anatomia/cerebro.htm confirmam-se as definições e conceitos
escritos nos parágrafos anteriores, e mais uma vez ressalta-se que o cérebro humano possui quatro áreas assim conceituadas: lobo frontal: localizada na parte
frontal do crânio, responsável pelos movimentos voluntários e de suma
importância para o estudo da personalidade e inteligência: lobo
parietal: localizado na parte posterior frontal, Possui uma área chamada
somatossensória, responsável pela percepção de estímulos sensoriais que ocorrem
através da epiderme ou órgãos internos; lobo
temporal: possui uma área chamada córtex auditivo e esta diretamente ligada
a audição; e ainda o lobo occipital: localizada
na nuca (parte de trás da cabeça), nele
encontra-se o córtex visual, que recebe todas as informações captadas pelos
olhos, portanto sua especialidade é a visão.
Não há duvidas que para cada função o cérebro
reservou uma área especifica, como por exemplo: a região da audição, é acima da
orelha, a da visão, atrás da cabeça, mas,
para a leitura, é como se o cérebro não tivesse desenvolvido uma região
específica, o que percebemos até o momento é que o hemisfério esquerdo de forma
geral é o responsável pelas aptidões de leitura.
Para realizar essa tão mirabolante façanha, sabe-se
ao certo que, cada órgão se conecta e se interliga nesse trabalho onde cada
estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham um papel
importantíssimo no processo de aprendizagem da leitura.
Há
quem diga também que “Se uma pessoa não aprende da maneira como é ensinada, é
melhor ensiná-la da maneira que pode aprender”. Ao acreditar na veracidade dessa concepção, compreende-se, ser de suma
importância que o professor repense sua pratica á luz, buscando entender que
cada individuo é único; assim sendo,
já não se concebe mais uma prática mecânica e igualitária no sentido
metódico. Portanto, é fundamental que o
professor ajude ao aluno a perceber sua individualidade,
personalidade, tornando-o também responsável pelo ato de aprender a ler.
Estudos de
(Raley 2011.p:15 apud Cavalho
e Novo, 1995, p. 53) afirmam que “uma
melhor compreensão de como o cérebro funciona proporcionará a todos nós um
melhor domínio sobre quem somos e uma orientação sobre
como podemos exercer um papel ativo na configuração de nossas vidas. .
Guerra (2011), assegura que para o aluno
aprender não depende só do cérebro, mas, também, da saúde em geral. Entretanto,
ressalta-se também, que se o aluno não
“aprende” não julguem que necessariamente o mesmo tem “problemas cerebrais”. A
maioria dos casos tem relação com outros fatores que podem estar relacionados a
sua historia de vida. Neste sentido não
se pode ignorar que a aprendizagem também
é influenciada por aspectos culturais, sociais, econômicos .
O desenvolvimento cognitivo decorre das experiências
que o indivíduo acumula, seja através das relações diretas com o mundo, seja
através das relações mediadoras, cabendo, portanto a escola proporcionar aos
alunos atividades significativas e prazerosas.
Para Duboc,
2001. p:15 partindo da premissa de que a aprendizagem está intimamente ligada ao
desenvolvimento do cérebro e que este molda-se a partir dos estímulos culturais e ambientais, faz-se
necessário possibilitar ao educando a apropriação
da experiência social. Concepção esta, que percebe-se esta associada as teorias de Vygotsky no que se refere: Zona
de Desenvolvimento Atual, Zona de Desenvolvimento Potencial e Zona de
Desenvolvimento Proximal.
3 – CONCLUSÃO
Acredita-se
que as reflexões abordadas neste
trabalho propiciam subsídios e estratégias para o educador compreender os transtornos comportamentais e
da aprendizagem. Para
que se tenha uma melhor compreensão do
comportamento do organismo humano em relação a construção da leitura é
mister que procure-se entender um pouco do sistema
nervoso, haja vista ser nesta área que localizam-se as inteligências e os
comandos físicos e psíquicos do corpo, situações essas, que são decisivas para
o bem estar ou não do individuo em uma sociedade letrada e por que não dizer na
escola propriamente dito.
Optou-se não tentar achar culpados para os problemas relacionados às dificuldades
em formar leitores, mas refletir a temática á luz da neurociência e conclui-se
que para compreender o processo de construção da leitura é de sua
importância estudar o cérebro humano, sua estrutura e funções. A investigação
deixou claro o quanto a influência de um ambiente rico em estímulos favorece o aumento do peso e espessura do
córtex cerebral, a escola deve ser a fonte geradora desses estímulos e faz-se
necessário construir pontes com a prática pedagógica.
Resultados dessa pesquisa mostram que capacidade da leitura está associada a áreas
especificas do cérebro e que este é o
órgão da aprendizagem e está
relacionado a um conjunto de habilidades.
Ficou evidente que aproximação da neurociência com
outras áreas de estudos consolida novas concepções de ensino - aprendizagem. A
pratica pedagógica é enriquecida e provoca mudanças significativas com destaque
para a contribuição da mediação, que se constitui como fundamental na relação
de troca, entre professores e alunos, possibilitando a criação de uma fonte de
novas conexões neurais.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Academia
Brasileira de Ciências. Aprendizagem
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DUBOC, Maria José Oliveira. Neurociência: significado e implicações para
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G1/GLOBO.COM
Cientistas explicam como o cérebro reage
à leitura 25/09/2008 20:42
http://www.gazetadopovo.com.br acessado em 15/012/2015
RATEY, J. J. O cérebro: um
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RELVAS, M.P. 2010. Fundamentos
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______. Neurociência
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