FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: Psicologia da Educação
PROFESSORA: Dnda. Isabella Oliveira de
Andrade Virgínio (isabellavirginio@gmail.com)
ALUNA: Maria das
Dores Nogueira Nobre Araújo
POLO: Quixadá-
Ce
TEMA: Avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.
I – INTRODUÇÃO
Este trabalho é antes de tudo um
convite a todos os que se interessam em educação de qualidade á fazerem
uma reflexão sobre concepções, funções e
princípios norteadores da avaliação escolar.
Vamos discutir, também, a avaliação como uma prática social, inerente a todo e qualquer
ser humano, haja vista que o tempo todo estamos fazendo juízo de valores sobre
o mundo em que atuamos.
Tomaremos como base para essa reflexão, o cotidiano
de uma escola pública no município de Ibicuitinga-Ce, ou por que não dizer suas
estratégias de avaliação docente, fazendo um paralelo entre a metodologia escolar
e as Orientações Curriculares de Ensino.
Porém,
antes de abordarmos o assunto com base
na Lei de Diretrizes e Base, convida-se, o professor leitor,
à refletir e questionar sua prática
avaliativa, bem como a função da avaliação escolar frente a ação pedagógica e o
desenvolvimento humano.
O que motivou a escola do tema, bem
como a escolha de referências teóricos, foi o fato de percebe-se claramente que a maioria dos
professores da escola que tomamos como lócus para discursão aqui apresentada,
parecem encontrar dificuldades em reconhecer que grande parte de suas
estratégias avaliativas não se enquadram
nos parâmetros determinados pela LDB. Porém, antes de abordarmos o assunto com base na legislação brasileira, queremos
nos reportar a práticas cotidianas escolares vexatórias e excludentes para com
os alunos que não atingem a “média”.
Após reflexões criticas sobre o tema
abordado e experiências outrora vivenciadas, percebemos a necessidade de
superação do caráter avaliativo da educação escolar em direção a promoção do
conhecimento. Pois não havendo esta superação, que categoricamente
nos sugere Hoffmann, prevalece, nos
currículos escolares, o pressuposto de que escola boa é a escola que reprova / retém
o aluno, ignorando ou calando os diferentes níveis e processo de
aprendizagem, reforçando ainda mais as
desigualdades e o preconceito sócio educacional.
II
– DESENVOLVIMENTO
Estamos
sempre fazendo escolhas, e, para escolher, precisamos avaliar o que há de
positivo ou negativo em cada situação vivenciada, portanto, é válido reafirmar
que avaliação é antes de tudo uma
prática social. Entretanto,
na elaboração deste trabalho escolhemos como tema de estudo a avaliação, e
iremos focalizar nossa reflexão na
avaliação como um componente do
processo educativo, articulada ao planejamento, constituindo-se, portanto, um
importante instrumento de análise do desenvolvimento e do conhecimento.
Toda a discussão
que permeia este trabalho parte da
premissa de que a avaliação tem a importante função de diagnosticar e apontar
rumos para uma prática que analisa a situação do aluno para a promoção. Pois
acredita-se que a prática educativa se torna significativa quando é marcada
pela intencionalidade e orientada por estratégias que garantam a continuidade
dos processos de ensinar e aprender, conforme manda a LDBE - Lei
nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996
Art. 24. A educação básica, nos
níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras
comuns:
V - a verificação do rendimento
escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho
do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para
alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas
séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos
concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de
preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento
escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
O
paradigma de avaliação que se presencia na escola citada, infelizmente nem
sempre se opõe ao paradigma sentencioso e classificatório que ainda estamos
submerso. É evidente que na teoria ( na
vontade), o corpo docente aspira por uma avaliação que contribua positivamente com os alunos,
entretanto as politicas “embrionárias” do avaliar para promoção, vai contra
concepções que a séculos estão internalizadas e arraigadas nas prática de professores veteranos. Professores
que seguem um sistema no qual foram orientados a Ensinar, Verificar, Registrar
dificilmente acreditam na eficácia da avaliação mediadora, pois entendem que
ministrar as aulas é transmitir
conhecimento; aplicar provas é verificar/checar a aprendizagem; e a
última etapa do processo avaliativo é registar notas sobre a aprendizagem do
aluno.
O
maior entrave relacionado a uma avalição eficiente é que nem todos ainda
compreendem que ação de avaliar está
ligada à ação de planejar e à ação de observar e registrar o COTIDIANO não
apenas com notas. A avaliação não deve ser concebida como um
instrumento para medir o quanto o aluno aprendeu ou não, tampouco é uma forma
de julgar, reprovar ou aprovar. De fato, se faz necessário introduzir nas formações docentes e nos
projetos políticos pedagógicos a
perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual segundo Hoffmann faria a reorganização do saber.
Analisando os motivos que geram o
tão alto índice de reprovação escolar, vemos que é urgente a necessidade de romper com
paradigmas de avaliação excludentes, que corrompem identidades e ignora
diferenças visando a organização de um currículo que tenta nivelar os alunos, como se a sociedade escolar não fosse composta
por um cenário que contempla uma grande
diversidade
Ao observarmos o cotidiano escolar
em épocas de avaliações internas e ou externas fica claro o quanto o professor,
compromete o desenvolvimento profissional e, com isso, influencia a sua prática
pedagógica, no sentido que sempre estará executando o seu trabalho, em prol do
exame / prova e não da aprendizagem do aluno.
Para HOFFMANN a escola precisa evoluir no sentido
de fazer uma ação avaliativa reflexiva e desafiadora em termos de contribuir,
elucidar, favorecer a troca de ideias
num movimento de superação e
reorganização do saber transmitido, por
meio das perspectivas
“...ação, movimento,
provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da
ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista,
trocando idéias, reorganizando-as. "(HOFFMANN, 1991, p. 67)
Os equívocos cruciais, que tanto incomoda aqueles
que querem fazer da avaliação uma ponte de medição para a aprendizagem
significativa, estão muito bem
esclarecidos na fala de Jussara
Hoffmann, quando participa do Encontro
de Aperfeiçoamento dos alunos que integram os programas PAD / PED (Programa de
Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente) realizado em 20 de maio de
2015, quando a renomada palestrante afirma que: “Corrigir
não é avaliar, interpretar é avaliar”. “Um número (nota) não me permite
interpretar e compreender a aprendizagem”. “Falta na prova significa ausência
na prova e não zero. Não é investigar o que o aluno aprendeu”. As afirmações da conferencista por mais duras
que sejam, até parece ser uma ressonância da realidade escolar em foco nesta análise:
“avaliar é
estar preocupado com o processo de aprendizagem”, entretanto, a grande maioria está muito mais preocupado com o processo de
ensino, com seu planejamento, sua metodologia e não com a estratégia pedagógica
que seja adequada ao interesse e a necessidade daquele aluno. “o professor vai em frente, mesmo que aquele
aluno fique para trás. O grande entrave para os avanços em avaliação é a falta
de fundamentação teórica dos educadores nesta área”. unicamp/noticias/2014/05/21
É indispensável que o professor acompanhe e
registre o desenvolvimento do aluno,
pois essa prática permite ao professor rever e aprimorar seu trabalho pedagógico,
servindo, inclusive, para pensar e repensar o planejamento e o trabalho
cotidiano. Avaliar é o movimento de refletir tudo que abrange nossa prática, é também
a maneira mais sensata de desenvolver ações educativas mais
coerente e mais contextualizada.
O
professor deste século, deve se opor ao modelo sentencioso e classificatório, deve encarar
o aluno como sendo único/singular e admira-lo. O ato
de refletir sobre sua aprendizagem dar
subsídios para reconstruir novas estratégia que promovam a aprendizagem e não reprovação do individuo. Entretanto, esta não é
uma avaliação que se faz de qualquer jeito, pois para desempenhar bem sua
função, deve estar a serviço da ação investigando
a vida e o saber do aluno com a
preocupação de melhorar e não de punir a situação. Deve ainda Projetar
de futuro a partir de analise da situação e planejamento metas para o futuro. Deve estar pautada em Princípios
Éticos reconhecendo o aluno em sua diversidade, compreende seus saberes e
dificuldades, trabalhando a inclusão e elabora propostas pedagógicas de
acordo com a necessidade
Conforme a
legislação, o processo de avaliação deve ter como objetivo detectar problemas,
servir como diagnóstico da realidade em função da qualidade que se deseja
atingir. Não é definitivo nem rotulador, não visa a estagnar, e sim a superar
as deficiências.
III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto teve o
proposito de oferecer a comunidade educacional envolvida esclarecimentos
sobre avaliação da aprendizagem, o mesmo
não assumiu o caráter pretencioso de sanar dúvidas e ou dificuldades
relacionadas ao tema, mas optou-se por motivar o professor / leitor a refletir
sobre avaliação.
É certo que em se tratado de avaliação, sempre
haverá, compreensíveis dúvidas e preocupações a este respeito, pois, é fato que
avaliar não é uma tarefa fácil. Mas o diálogo e a troca de experiências, bem
como uma pratica pedagógica bem fundamentada resultará em um construtivo e eficiente
instrumento de avaliação.
Á luz das
considerações desenvolvidas, fica delegado ao leitor a competência de observar
e cumprir o que diz as Diretirzes da Lei que incluem: avaliação continua e
cumulativa com a prevalência dos aspectos quantitativos sobre os qualitativos e
dos resultados ao longo do ano sobre os das provas ou exames finais quando
adotados;
REFERÊCIAS BIBLIOOGRÁFICAS
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf Acessado em 27/12/2015
HOFFMANN,
Jussara M.L. Avaliação: mito e desafio -uma perspectiva construtivista.
Educação e Realidade, Porto Alegre, 1991.
http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/05/21/avaliacao-mediadora-e-desafio-para-aprendizagem#!prettyPhoto
20/05/2014- Texto
de Patrícia Lauret acessado em 27/12/2015
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