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MARIA NOBRE - EDUCAÇÃO INFANTIL

domingo, 6 de novembro de 2016

Avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.

FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: Psicologia da Educação
PROFESSORA: Dnda. Isabella Oliveira de Andrade Virgínio (isabellavirginio@gmail.com)
ALUNA: Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo
POLO: Quixadá- Ce
TEMA: Avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.


I – INTRODUÇÃO


            Este trabalho é antes de tudo um convite a todos os que se interessam em educação de qualidade á  fazerem uma  reflexão sobre concepções, funções e princípios norteadores da avaliação escolar.  Vamos discutir, também, a avaliação como  uma prática social, inerente a todo e qualquer ser humano, haja vista que o tempo todo estamos fazendo juízo de valores sobre o mundo em que atuamos.
            Tomaremos como base para essa reflexão, o cotidiano de uma escola pública no município de Ibicuitinga-Ce, ou por que não dizer suas estratégias de avaliação docente, fazendo um paralelo entre a metodologia escolar e as Orientações Curriculares de Ensino.  Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na Lei de Diretrizes e Base, convida-se, o professor  leitor,  à refletir e questionar  sua prática avaliativa, bem como a função da avaliação escolar frente a ação pedagógica e o desenvolvimento humano.  
            O que motivou a escola do tema, bem como a escolha de referências teóricos, foi o fato de   percebe-se claramente que a maioria dos professores  da escola que tomamos como lócus para discursão aqui apresentada, parecem encontrar dificuldades em reconhecer que grande parte de suas estratégias avaliativas  não se enquadram nos parâmetros determinados pela LDB. Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na legislação brasileira, queremos nos reportar a práticas cotidianas escolares vexatórias e excludentes para com os alunos que não atingem a “média”.
            Após reflexões criticas sobre o tema abordado e experiências outrora vivenciadas, percebemos a necessidade de superação do caráter avaliativo da educação escolar em direção a promoção do conhecimento.  Pois  não havendo esta superação, que categoricamente nos sugere Hoffmann,  prevalece, nos currículos escolares, o pressuposto de que escola boa é a escola que reprova / retém o aluno, ignorando ou calando os diferentes níveis e processo de aprendizagem,  reforçando ainda mais as desigualdades e o preconceito sócio educacional.  

II – DESENVOLVIMENTO


            Estamos sempre fazendo escolhas, e, para escolher, precisamos avaliar o que há de positivo ou negativo em cada situação vivenciada, portanto, é válido reafirmar que  avaliação é antes de tudo uma prática social.  Entretanto, na elaboração deste trabalho escolhemos como tema de estudo a avaliação, e iremos focalizar nossa reflexão na  avaliação como  um componente do processo educativo, articulada ao planejamento, constituindo-se, portanto, um importante instrumento de análise do desenvolvimento e do conhecimento.

            Toda a discussão que permeia este trabalho parte  da premissa de que a avaliação tem a importante função de diagnosticar e apontar rumos para uma prática que analisa a situação do aluno para a promoção. Pois acredita-se que a prática educativa se torna significativa quando é marcada pela intencionalidade e orientada por estratégias que garantam a continuidade dos processos de ensinar e aprender, conforme manda a LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;           
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

            O paradigma de avaliação que se presencia na escola citada, infelizmente nem sempre se opõe ao paradigma sentencioso e classificatório que ainda estamos submerso.  É evidente que na teoria ( na vontade), o corpo docente aspira por uma avaliação  que contribua positivamente com os alunos, entretanto as politicas “embrionárias” do avaliar para promoção, vai contra concepções que a séculos estão internalizadas e arraigadas nas prática  de professores veteranos.   Professores que seguem um sistema no qual foram orientados a Ensinar, Verificar, Registrar dificilmente acreditam na eficácia da avaliação mediadora, pois entendem que ministrar as aulas é transmitir  conhecimento; aplicar provas é verificar/checar a aprendizagem; e a última etapa do processo avaliativo é registar notas sobre a aprendizagem do aluno.
            O maior entrave relacionado a uma avalição eficiente é que nem todos ainda compreendem  que ação de avaliar está ligada à ação de planejar e à ação de observar e registrar o COTIDIANO  não  apenas com  notas.  A avaliação não deve ser concebida como um instrumento para medir o quanto o aluno aprendeu ou não, tampouco é uma forma de julgar, reprovar ou aprovar. De fato,  se faz necessário  introduzir nas formações docentes e nos projetos políticos pedagógicos  a perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual  segundo  Hoffmann faria a reorganização do saber.
            Analisando os motivos que geram o tão alto índice de reprovação escolar, vemos que  é urgente a necessidade  de romper com  paradigmas de avaliação excludentes, que corrompem identidades e ignora diferenças visando a organização de um currículo que  tenta nivelar os alunos, como se  a sociedade escolar não fosse composta por  um cenário que contempla uma grande diversidade
            Ao observarmos o cotidiano escolar em épocas de avaliações internas e ou externas fica claro o quanto o professor, compromete o desenvolvimento profissional e, com isso, influencia a sua prática pedagógica, no sentido que sempre estará executando o seu trabalho, em prol do exame / prova e não da aprendizagem do aluno.  
            Para  HOFFMANN a escola precisa evoluir no sentido de fazer uma ação avaliativa reflexiva e desafiadora em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de ideias  num movimento de superação  e reorganização do saber transmitido,  por meio das perspectivas
“...ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando-as. "(HOFFMANN, 1991, p. 67) 
            Os  equívocos cruciais, que tanto incomoda aqueles que querem fazer da avaliação uma ponte de medição para a aprendizagem significativa, estão muito bem   esclarecidos na fala  de Jussara Hoffmann, quando participa do  Encontro de Aperfeiçoamento dos alunos que integram os programas PAD / PED (Programa de Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente) realizado em 20 de maio de 2015, quando a renomada palestrante afirma que:   “Corrigir não é avaliar, interpretar é avaliar”. “Um número (nota) não me permite interpretar e compreender a aprendizagem”. “Falta na prova significa ausência na prova e não zero. Não é investigar o que o aluno aprendeu”.  As afirmações da conferencista por mais duras que sejam, até parece ser uma ressonância da realidade  escolar em foco nesta análise:
 “avaliar é estar preocupado com o processo de aprendizagem”, entretanto,  a grande maioria   está muito mais preocupado com o processo de ensino, com seu planejamento, sua metodologia e não com a estratégia pedagógica que seja adequada ao interesse e a necessidade daquele aluno.  “o professor vai em frente, mesmo que aquele aluno fique para trás. O grande entrave para os avanços em avaliação é a falta de fundamentação teórica dos educadores nesta área”.   unicamp/noticias/2014/05/21
             É indispensável que o professor acompanhe e registre  o desenvolvimento do aluno, pois essa prática permite ao professor  rever e aprimorar seu trabalho pedagógico, servindo, inclusive, para pensar e repensar o planejamento e o trabalho cotidiano. Avaliar é o movimento de refletir tudo que abrange nossa prática, é também a maneira mais sensata de desenvolver  ações educativas   mais coerente e mais contextualizada.
            O professor deste século, deve se opor ao modelo sentencioso e classificatório, deve  encarar o  aluno como sendo único/singular e  admira-lo. O ato de refletir sobre sua aprendizagem  dar subsídios para reconstruir novas estratégia que promovam a aprendizagem e não  reprovação do individuo. Entretanto, esta não é uma avaliação que se faz de qualquer jeito, pois para desempenhar bem sua função, deve estar a serviço da ação investigando a vida  e o saber do aluno com a preocupação de melhorar e não de punir a situação. Deve ainda Projetar de futuro a partir de analise  da situação e planejamento  metas para o futuroDeve estar pautada em Princípios Éticos reconhecendo o aluno em sua diversidade, compreende seus saberes e dificuldades, trabalhando  a    inclusão e elabora propostas pedagógicas de acordo com a necessidade
            Conforme a legislação, o processo de avaliação deve ter como objetivo detectar problemas, servir como diagnóstico da realidade em função da qualidade que se deseja atingir. Não é definitivo nem rotulador, não visa a estagnar, e sim a superar as deficiências.


III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto teve o proposito de oferecer a comunidade educacional envolvida esclarecimentos sobre  avaliação da aprendizagem, o mesmo não assumiu o caráter pretencioso de sanar dúvidas e ou dificuldades relacionadas ao tema, mas optou-se por motivar o professor / leitor a refletir sobre avaliação. 
É  certo que em se tratado de avaliação, sempre haverá, compreensíveis dúvidas e preocupações a este respeito, pois, é fato que avaliar não é uma tarefa fácil. Mas o diálogo e a troca de experiências, bem como uma pratica pedagógica bem fundamentada   resultará em um construtivo e eficiente instrumento de avaliação.
Á luz das considerações desenvolvidas, fica delegado ao leitor a competência de observar e cumprir o que diz as Diretirzes da Lei que incluem: avaliação continua e cumulativa com a prevalência dos aspectos quantitativos sobre os qualitativos e dos resultados ao longo do ano sobre os das provas ou exames finais quando adotados;


REFERÊCIAS BIBLIOOGRÁFICAS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf  Acessado em 27/12/2015
HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação: mito e desafio -uma perspectiva construtivista. Educação e Realidade, Porto Alegre, 1991.



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