UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
INSTITUTO UFC VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE
PRÉ-PROJETO
MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E
LINGUAGENS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL AREIA BRANCA
FORTALEZA-CEARÁ
2011
MARIA DAS DORES
NOGUEIRA NOBRE
PRÉ-PROJETO
MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E
LINGUAGENS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL AREIA BRANCA
FORTALEZA-CEARÁ
2011
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
....................................................
3
2 SUPORTE TEÓRICO
...........................................6
3 PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS........10
4 CRONOGRAMA ................................................11
REFERÊNCIAS ......................................................12
1 INTRODUÇÃO
O presente
documento foi elaborado com base em
pesquisas e vivências de experiências no
cotidiano da Instituição de Educação Infantil Areia Branca, com o intuito de
compreender as estratégias utilizadas pelos docentes e discentes no
desenvolvimento da multiplicidade de experiências e linguagens com crianças
pequenas. O desenvolvimento do mesmo
contou com a participação direta e indireta de toda a comunidade escolar. Elege-se
como lócus de nossa pesquisa o Instituto
de Educação Infantil Areia Branca que atende crianças de dois à cinco anos de
idade nas modalidades creche e pré-escola. Afirma-se que as reflexões aqui
descritas foram experimentadas, postas em práticas a fim de corroborá-las ou,
refutá-las. Escolheu-se a sala de cinco anos por ser esta sala nascedouro da
problematização a que se propôs
investigar.
A
elaboração deste trabalho associou-se às práticas educativas, demandas da
instituição como um todo e também contou com o desejo dos professores em
promover ações satisfatórias à aprendizagem das crianças. Nesse sentido, o pré-
projeto possibilitará às crianças da sala de cinco anos a construírem
sua autonomia, relacionarem-se
com o ambiente natural e social, terem experiências agradáveis e
saudáveis com o próprio corpo, expressarem-se
por meio de diferentes linguagens plásticas, simbólicas, musicais e
corporais, terem experiências agradáveis, variadas e estimulantes com a
linguagem oral e escrita, deu-se grande
ênfase a contação de historias, e
reconhecerem suas identidades
valorizando as diferenças e a cooperação.
Intentou-se também, a partir deste, chamar-lhes a atenção para a
urgente necessidade de se desenvolver um trabalho que garanta Educação de
Qualidade e para tanto é imprescindível que os gestores saibam como superar a
dicotomia existente entre o que se pensa e se faz na instituição educacional. Pensando nisso obteve-se o cuidado de deixar claro que não
queríamos fiscalizar o trabalho docente, mas contribuir para que se
aplique na escola uma metodologia que garanta as crianças o Direito de se
comunicar, de expressar-se tendo múltiplas experiências de linguagem.
Não
existe uma forma única para trabalhar a multiplicidade de experiências e
linguagem, por isso recomendamos que a
instituição de educação infantil constitua um grupo para organizar o processo,
planejar como será feita a mobilização da comunidade, providenciar e promover a
reflexão sobre o tema em questão, abordando a importância e as possibilidades
de trabalhar essas formas de comunicações e expressões como linguagem na
educação das crianças pequenas.
Certos de
que é por meio da linguagem que a
criança se comunica e interage com o mundo ao seu redor constituindo-se e
desenvolvendo-se: sendo sabedores também a criança é constituída de múltiplas
linguagens, focaremos essa discussão nas
possibilidades de desenvolvimento e ampliação dessa linguagem na criança.
Detectamos
que métodos arcaicos de ensino
infelizmente ainda se fazem presentes nas ações de muitos educadores que
indiferentemente, definem / ordenam
todas as ações e formas de as
crianças expressarem-se, e acabam por limitar e dificultar o
desenvolvimento da linguagem, ou por que
não dizer que limitam o processo de criação/recriação da arte infantil e da própria cultura/identidade?
O que justifica a escolha desta
temática é o fato da
diversidade de experiências e linguagens na educação infantil não está sendo
compreendido pelo corpo docente escolar. A partir de então, conclui-se que
deveria ser feito um levantamento de saberes e conflitos que a comunidade
escolar tem a este respeito.
Detectou-se
durante as ações do cotidiano escolar que a linguagem permeia o trabalho das
crianças por meio das brincadeiras e da interação, entretanto não a compõe eixos da ação pedagógica e que paralelo a esta
situação, ainda persiste um grande equivoco em relação a esta temática.
Constata-se nas mais diversas situações que quando se fala em linguagem alguns
professores remetem à linguagem verbal e
escrita, igualmente essencial para o desenvolvimento infantil, porém, acabam
priorizando essas duas formas de linguagem, em detrimento de outras, privando
assim as crianças de novas vivências, novas experiências que ampliem seus
conhecimentos. Diante do que já fora
descrito, buscamos superar esse entendimento de linguagem considerando que a
criança se comunica e se expressa por meio de MÚLTIPLAS LINGUAGENS, de “cem linguagens” como escreve Loris MALAGUZZI
em sua poesia.
A
crianca e feita de cem (...)
Cem
mundos para descobrir.
Cem
mundos para inventar
Cem
mundos para sonhar
A
crianca tem cem linguagens
(E
depois cem cem cem)
Mas
roubaram-lhe noventa e nove.
(Fragmento
do poema de Loris MALAGUZZI:
As cem linguagens da
crianca)
Ao analisar
“a rotina da escola, fazendo um paralelo entre “o que se propõem e o que se
vive”, conclui que a rotina está à mercê de toda uma organização burocrática,
de preceitos adultos de ordem, de uma sociedade capitalista que impõe regras e
modos de relação pautados na competição. Não é considerado o querer e as
necessidades da criança. E em meio a
tantas determinações, é claro que ela reage. Ela cria meios para transgredir aquilo
que não lhe dá prazer, o que para ela não faz sentido.
A
Instituição educacional não considera as cem linguagens” que a criança insiste
em afirmar que existem. Para justificar essa ação errônea da gestão faz-se uma
lista de “causa” injustificáveis: falta de formação profissional, pouco recurso
material e pessoal, uma cultura massificante, as influências de concepções
desenvolvimentistas (psicologia do desenvolvimento), que por algum tempo
determinaram o foco da educação das crianças como sendo o seu desenvolvimento
psíquico- social, dentre outras. È hora de nós gestores / professores acordamos
para por em prática nossos discursos.
“(...) as
transgressões criativas, produto e produtora de uma cultura da
infância,
rica pela especificidade que é portadora. A cultura da infância nos
obriga a rever
o absolutismo do pensamento, a intolerância das práticas
discriminatórias,
a considerar as possibilidades de um trânsito entre
competências
e sujeitos diversos, mas, nem por isso, hierarquizáveis e
desiguais
(...)” (GUSMÃO, 1999: 52).
A problemática sobre a qual se fundamenta esta pesquisa, deixa claro que o núcleo gestor da instituição educacional
supracitada tem consciência de que trabalhar com crianças pequenas requer de
todos componentes da escola uma postura ativa na consolidação de uma gestão democrática e eficiente
que garanta-lhes o direito de expressar-se, mas angustia-se por não entender alguns critérios que garantam a qualidade. Os
sujeitos da escola não entendem no
ensino como por exemplo: Quais os fundamentos da educação das crianças pequenas?
Como atuar de forma a favorecer o pleno desenvolvimento e aquisição linguagem da criança? Como organizar um
currículo para a Educação Infantil, atendendo às especificidades da
aprendizagem e do desenvolvimento da linguagem? São inúmeras as questões que
permeiam o espaço-tempo da Educação Infantil e não tem sido fácil abdicar
dos vícios escolarizantes e antecipatórios que marcam a prática
pedagógica destinada às crianças de creche e pré-escola.
Neusa
Gusmão (1999) chama a atenção para a abrangência das culturas infantis e como
estas podem nos “apresentar” a diversidade, com culturas que são criadas em
contextos específicos, e que assim, são diversas, mas não hierarquizáveis.
Neste âmbito, abre-se um leque de probabilidades, e mais, de necessidades de
produção de conhecimentos a cerca das infâncias que existem e do que as
constituem como tais, suas culturas,
seus conhecimentos, suas
especificidades, principalmente nos espaços de educação infantil.
O principal objetivo deste trabalho é levar
junto à comunidade escolar algumas contribuições de teóricos como MALAGUZI,
FORMOSINHO e outros no intuito de
fazê-los compreender a importância de outorgar
ás crianças o direito de usufruírem das mais variadas experiências de
linguagens, para questionar, explorar e atuar melhor no mundo globalizado em
que vivemos.
Ressaltamos que além do objetivo citado anteriormente, o resultado
deste trabalho deve também contribuir de forma específica para:
ü
Tornar
o Instituto de Educação Infantil Areia Branca em um espaço-tempo de construção,
de desenvolvimento humano, de vivências positivas para crianças, famílias e
professores.
ü
Contribuir
com a comunidade escolar no sentido de
que encontrem seu próprio caminho na direção de práticas educativas que
respeitem o direito de aprendizagem das
crianças, dando ênfase maior a questões relacionas a multiplicidade de experiências e linguagens.
ü
Construir uma escola mais democrática e que trabalhe a crianças como um
todo, dando – lhes oportunidade de construir suas aprendizagem e defender
pontos de vista para comunicar-se melhor
e assim melhor atuar no mundo.
ü
Orientar e subsidiar a
prática pedagógica em relação a um tema tão cheio de mitos como é a
multiplicidade de experiências e linguagem de forma aberta e processual.
Este material estará à disposição de
todos os interessados, pois a experiência já desenvolvida até agora demonstra
que seu uso representa um significativo incentivo à melhoria da qualidade da
educação infantil. E como resultado dessas
pesquisas temos agora este referido trabalho, que trás em suas entrelinhas
resultados de questionamentos e dúvidas dos professores no que diz respeito a
este respeito. O mesmo caracteriza-se como instrumento de avaliação e pesquisa
da metodologia utilizada pelos professores da referida instituição, e trás
também suas inquietudes que foram debatidas
.
2
SUPORTE TEÓRICO
Não podemos falar de multiplicidades
de linguagens, na Educação Infantil, sem enfatizarmos a imaginação, a ludicidade,
o simbolismo e a representação haja vista que estes aspectos traduzem as características da linguagem
própria da criança. Neste sentido é
válido afirmar que para a criança pequena, toda e qualquer forma de linguagem
representa uma riqueza de possibilidades,
e assim sendo a linguagem
reveste-se de um caráter comunicativo que, permite dizer alguma coisa sobre o
mundo em que está inserida.
Será que ainda
há professor da Educação Infantil que ainda não tenha lido a poesia
do educador italiano Loris Malaguzzi “As cem linguagens da criança”? Eis
aí então, a justificativa que encontramos para o fato de não darem o direito da criança de expressar-se por meio
das diversas formas de linguagem.. Na poesia supracitada, o escritor menciona as cem
maneiras diferentes de a criança pensar, sentir, falar, inventar,
sonhar... Porém, afirma de forma
convincente em seu texto, que os adultos roubam noventa e nove dessas cem
linguagens das crianças. Quando é
negado esse direito da criança, certamente todo o trabalho na instituição vai
mal.
Assim
sendo, cabe ao gestor educacional gerenciar ações que garantam a organização
da instituição de educação infantil no
sentido de favorecer e valorizar essa
autonomia da criança. Para tanto, é necessário que os ambientes e os materiais
estejam dispostos de forma que as crianças
possam fazer escolhas, desenvolvendo atividades individualmente, em pequenos
grupos ou em um grupo maior. As professoras devem atuar de maneira a incentivar
a busca de autonomia, sem deixar de estar atentas para interagir e apoiar as
crianças nesse processo
Segundo
os indicadores de Qualidade na Educação infantil, é necessário que na avaliação
de uma instituição de educação infantil, seja feito os seguintes
questionamentos: o trabalho educativo procura desenvolver e ampliar as diversas
formas de a criança conhecer o mundo e se expressar? As rotinas e as práticas
adotadas favorecem essa multiplicidade ou, ao contrário, como sugere o poeta,
roubam a possibilidade de a criança desenvolver todas as suas potencialidades? Entretanto, será que as Instituições de
educação Infantil estão avaliando desta maneira ou remetem apenas pareceres
muitas vezes infundados sobre o comportamento e atenção das crianças
ao realizarem atividades dirigidas pelo professor?
É de suma importância que os
educadores percebam que durante todo o processo do desenvolvimento infantil, a
criança vai construindo sua autonomia: cada fase percorrida abre inúmeras
possibilidades de expressão e atuação. Assim acontece quando o bebê aprende a
reconhecer rostos e vozes de pessoas próximas, quando a criança pequena começa
a engatinhar e explorar o ambiente, quando dá os primeiros passos, quando
desenvolve a fala e amplia seu vocabulário, quando aprende novas brincadeiras,
quando consegue se alimentar sozinha, quando observa imagens de um livro
infantil, quando escuta estórias, quando se olha no espelho, e assim por
diante. Partir de então, sugere-se que a
escola planeje atividades variadas,
disponibilizando os espaços e os materiais necessários, de forma a sugerir
diferentes possibilidades de expressão, de brincadeiras, de aprendizagens, de
explorações, de conhecimentos, de interações. A observação e a escuta são
importantes para avaliar o resultado do trabalho docente, sugerir novas atividades sempre que
necessário, assim como ajustes no planejamento
e troca de experiências na equipe.
Pouco adianta a escola falar de
multiplicidade de linguagens se não trouxer junto ao seu discurso, reflexões sobre sua prática, pois o que se vê
no dia a dia escolar é crianças sendo submetidas a exercícios exaustivos e
enfadonho de cópias e “leituras orais” que mais parecem que estão cantando as
letras: e mesmo assim julgam que estão trabalhando de forma a desenvolver linguagem.
“Arte significa ter
mais linguagens e mais linguagens significa diferentes formas de representar o
Mundo. Queremos que as nossas crianças tenham mais do que uma imagem acerca de
uma coisa… Quantas mais formas de linguagem se introduzirem (musica, dança,
drama, pintura, etc.) mais rica a escola será”
(FORMOSINHO, 2007: 108)
Com base na
citação, entende-se que é necessário inserir a
criança no cenário sócio cultural construído pelo homem ao longo da história e
assim, familiarizá-la com experiências que favoreçam a multiplicidade de linguagem, desde
os representados pelo brinquedo até os representados pela literatura, passando
pela linguagem do teatro, do cinema, da mídia (televisão, rádio, jornal), da
nova mídia (computador, jogos eletrônicos,...), das histórias em quadrinhos,
dos álbuns de figurinha, da poesia, da ilustração.
É
importante ressaltar que muito embora as pessoas não se definen por apenas uma
forma de expressão, destaca-se aqui que muitas dessas linguagens ficam
secundarizadas na escola, em função de razões históricas que explicam a
supremacia da linguagem escrita em detrimento de outras formas de linguagem, a
partir da crença de que somente a palavra escrita é importante e fundamental
para o que se considera como “estudar a sério”. Aconselha-se portanto, que o professor seja o mediador por excelência da relação
da criança com os diferentes tipos de linguagem, entendendo que cada tipo
oferece características específicas. Portanto entende-se que é necessário,
que se disponibilize recursos para que a criança se familiarize com
os variados tipos de linguagem de que dispomos, pois somente tendo acesso e
familiaridade ela poderá deles dispor para fazer valer suas próprias ideias e
sentimentos, já que a linguagem humana não responde apenas a necessidades
práticas e utilitárias. Responde a necessidades de comunicação afetiva. (MORIN,
1998). Quando se fala em linguagem, há
tendência / esteriotipo, em relacionar
essa habilidade apenas à oralidade e à escrita como já foi abordado
anteriormente, isso acontece graças ao mau hábito de os formadores não
procurarem se atualizar com base em leitura, ficando, portanto suas ações
pedagógicas pautadas em conceitos ultrapassados de ensino, que consideram estas
duas manifestações linguísticas como principais, e portanto, as mais
enfatizadas nos contextos escolares. Não
é nossa pretensão discutir o papel de uma ou outra nem tampouco atribuir
lugares de destaque a alguma delas, mas de discutir as características
culturais que cada uma apresenta/representa, assim como analisar as possíveis
contribuições dessas diferentes formas de expressão para a Educação Infantil.
É
válido ressaltar a importância do papel
que o professor desempenha nesse contexto, pois somente contando com uma
formação sólida e consistente do ponto de vista
sócio-histórico-cultural-antroplógico-pedagógico será possível neutralizar o
impacto que essas demandas, representadas por esse tipo de produção cultural,
costumam projetar sobre as crianças. Nesse sentido, cabe destacar que cada
linguagem traduz intenções, pretensões, alusões ao tipo de mensagem que se
propõe a comunicar, e que isso tem relação direta com o tipo de homem, de mundo
e de sociedade que cada uma veicula.
Não se pode
mais deixar de oferecer ás crianças diferentes recursos de expressão,
explorando cada um deles a partir das especificidades que deles decorrem.
Acreditamos portanto, que assim fazendo, a produção das crianças possa se
agregar à produção cultural já existente, iniciando-se, assim, uma interlocução
significativa entre o que já existe e o que podemos criar/ressignificar. Nas
palavras de Zabalza (1998),
...a dimensão estética é diferente da
psicomotora, embora estejam relacionadas. O desenvolvimento da linguagem avança
por caminhos diferentes dos da sensibilidade musical. A aprendizagem de normas
requer processos diferentes dos necessários para a aprendizagem de movimentos
psicomotores finos. Sem dúvida, todas essas capacidades estão vinculadas
(neurológica, intelectual, emocionalmente), mas pertencem a âmbitos diferentes
e requerem, portanto, processos (atividades, materiais, orientações) bem diferenciados
de ação didática. (ZABALZA,
1998, p. 52)
Pretendemos,
portanto, que o desenvolvimento de múltiplas linguagens no Instituto de Educação Infantil Areia Branca esteja a
serviço de um desenvolvimento mais abrangente, que ultrapasse as habilidades de
se expressar de múltiplas formas, e se configure como uma possibilidade de
leitura significativa de mundo.
.
3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para
obter-se resultados proficiente na realização deste trabalho, adotou se
princípios norteadores como a observação dos fatos vivenciados no cotidiano escolar, que
foram analisados e discutidos à luz de teorias e pesquisas científicas de cunho sócio construtivista –
interacionista como as obras de ZABALZA, FORMOSINHO, MALAGUZZI e alguns outros que se preocupam com a
temática em questão: A Multiplicidade Experiências De Linguagens Na Educação Infantil. Portanto, é válido defini-lo tanto como sendo uma pesquisa de campo como sendo uma
pesquisa cientifica, já que o mesmo adotou-se uma postura de observar a
realidade e análise de teorias sobre o tema observado.
Ressalta-se que esta a problemática abordada neste
trabalho nasceu da necessidade de
compreender, refletir e dar ênfase a qualidade do ensino no Instituto de
Educação Infantil Areia Branca, escola da rede pública de ensino na cidade de
Ibicuitinga. O mesmo é composto por
trezentas e vintes crianças atendidas nas modalidades de creche é pré-escola,
um quadro de vinte professores, sendo
que deste total, apenas quatro não tem nível superior, um diretor geral, um
diretor pedagógico, um vigilante, quatro merendeiras e quatro auxiliares de
serviços gerias. Todo este pessoal foi alvo de observação e escuta em relação
ao tema em estudo, além dos pais e demais acompanhantes das crianças.
Ao
perceber a inquietude e necessidade de as crianças pequenas e também dos
funcionários da escola se comunicarem de diversas formas e ao ver o despreparo
da gestão escolar para lidar de forma sábia com esta situação nos debruçamos de
corpo e alma no estudo da problemática apresentada.
Os principais instrumentos utilizados para alavancar o estudo foi a a observação e a
escuta das crianças e professores. Os registros do dia a dia da escola também
muito nos auxiliaram no sentido de fazê-los refletir sobre a urgente
necessidade de mudança para que se tenha qualidade no processo ensino
aprendizagem. Também foi feito estudos, palestras e comparações entre o que
lemos e o que fazemos. Todas as ações da
escola foram avaliadas coletivamente com base nos Indicadores de Qualidade Para
a Educação Infantil, instrumento este que norteou não só este documento, mas o
trabalho escolar do Instituto de
Educação Infantil Areia Branca.
Não é
pretensão nossa taxar a metodologia da escola de ultrapassada, ou ruim, mas
contribuir para a formação dos professores que foram acompanhados ao longo do
trabalho e como conseqüência deste, esperamos que as crianças sejam
contempladas com ações mais dinâmicas e condizentes com o sistema de ensino.
Mas o
que de fato torna a realização deste trabalho deveras gratificante é perceber
que já está acontecendo mudanças na postura das professoras. Percebe-se que agora das dez turmas algumas já permitem uma maior interação das crianças;
as atividades já estão sendo melhor elaboradas, pois permitem que as crianças
se expressem com mais autonomia, como
observa-se na amostragem abaixo.
ATIVIDADES
Turmas participantes
|
Maio
|
Junho
|
Agosto
|
Setembro
|
Outubro
|
Novembro
|
Brincavam com outras turmas
|
02
|
02
|
03
|
05
|
08
|
09
|
Faziam passeios excursões
|
02
|
01
|
04
|
04
|
07
|
10
|
Realizou atividades sugeridas pelas crianças
|
05
|
05
|
06
|
08
|
09
|
10
|
Realizou atividades prazerosas com as famílias
|
04
|
03
|
05
|
05
|
08
|
10
|
Aderiu ao momento do brincar livre
|
05
|
05
|
06
|
08
|
10
|
10
|
Aderiu a , contação de
historias e causos (todos os dias)
|
00
|
01
|
01
|
06
|
08
|
09
|
Trocaram endereços e telefones
|
00
|
00
|
03
|
03
|
09
|
09
|
Dado registrados com base no acompanhamento técnico da
Secretaria Municipal da Educação.
Ao fazer uma analise dos dados expostos neste
trabalho, nota-se que mesmo que as mudanças ainda não tenham acontecido em
grande escala, pelos menos é notório a
tentativa do corpo docente em querer mudar sua postura frente à temática trabalhada.
Pois as atividades já não são mais tão monótonas e enfadonhas. Há uma
pelos menos uma pequena tentativa de que a criança manifeste sua opinião e passe a atuar de forma mais ativa.
Este artigo trata sobre a importância do trabalho
pedagógico na Educação Infantil tendo como foco de análise as múltiplas
linguagens: gestos, brincadeiras, desenho, dança, música e manipulação de
objetos artísticos. Busca esclarecer algumas mudanças na atualidade por meio
das discussões a respeito dos Referenciais Curriculares para a Educação
Infantil (1998) e dos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação
Infantil (2006). Destacou-se algumas sugestões para uma educação pautada na
perspectiva histórico-cultural.
Com base nos discursos que se
escuta das professoras e das atividades que se propõem as crianças, conclui-se
que foi compreendido pela
gestão escolar que o ato da
comunicação está no cerne da globalização e da sustentação da diversidade
cultural e que é papel da escola propiciar a diversidade de experiências e
linguagens nas escolas de educação
infantil, para que a criança possa expressar sua identidade, opiniões e
intenções, e confrontá-las com outros indivíduos oriundos de contextos
culturais distintos.
4 CRONOGRAMA
Atividades
|
Data de
realização / 2011
|
||||||
Observação
da escola
|
Maio
|
Jun
|
Jul
|
Agos
|
Set
|
Out
|
Nov
|
x
|
x
|
x
|
x
|
x
|
x
|
x
|
|
Detectação
do problema
|
x
|
x
|
x
|
x
|
|||
Socialização
do problema
|
x
|
||||||
Estudo e pesquisa sobre o problema
|
x
|
x
|
x
|
x
|
x
|
||
Escrever
o projeto
|
x
|
x
|
x
|
||||
Revisar o projeto
|
x
|
x
|
REFERÊNCIAS
FORMOSINHO, Júlia Oliveira (2007) Modelos
curriculares para a educação de Infância, PORTO, porto editora, pág. 108)
GUSMÃO, Neusa M. M. de (1999). Linguagem,
cultura e alteridade: imagens do
outro. In:Cadernos de Pesquisa. nº 107,
julho.
Indicadores da Qualidade na Educação
Infantil / Ministério da Educação/Secretaria
da Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009.
MALAGUZZI Loris: Invece il cento c’è. In: _____.
Edwards, C., Gandin, L. i Forman, G. I
cento linguaggi dei bambini. Edizione Junior, Italia, 1995 e recente mente
publicada em português pelas Artes Médicas como: As Cem Linguagens da Criança.
Com ilustração de TONUCCI, Francesco. Com olhos de criança. (trad. Patrícia
Chittoni Ramos). Porto. Alegre: Artes Médicas, 1997.
ZABALZA, Miguel. Qualidade
em Educação Infantil. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.
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