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MARIA NOBRE - EDUCAÇÃO INFANTIL

terça-feira, 10 de abril de 2012

MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E LINGUAGENS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL AREIA BRANCA


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
INSTITUTO UFC VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR



MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE




PRÉ-PROJETO
MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E LINGUAGENS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL AREIA BRANCA






                                                    FORTALEZA-CEARÁ
2011

MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE






PRÉ-PROJETO
MULTIPLICIDADE DE EXPERIÊNCIAS E LINGUAGENS NO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO INFANTIL AREIA BRANCA


















FORTALEZA-CEARÁ
2011
SUMÁRIO





1  INTRODUÇÃO .................................................... 3
2  SUPORTE TEÓRICO ...........................................6
3  PROCEDIMENTOS  METODOLÓGICOS........10

4  CRONOGRAMA  ................................................11


REFERÊNCIAS ......................................................12








1  INTRODUÇÃO

O presente documento  foi elaborado com base em pesquisas e vivências  de experiências no cotidiano da Instituição de Educação Infantil Areia Branca, com o intuito de compreender as estratégias utilizadas pelos docentes e discentes no desenvolvimento da multiplicidade de experiências e linguagens com crianças pequenas.  O desenvolvimento do mesmo contou com a participação direta e indireta de toda a comunidade escolar.   Elege-se como lócus  de nossa pesquisa o Instituto de Educação Infantil Areia Branca que atende crianças de dois à cinco anos de idade nas modalidades creche e pré-escola. Afirma-se que as reflexões aqui descritas foram experimentadas, postas em práticas a fim de corroborá-las ou, refutá-las. Escolheu-se a sala de cinco anos por ser esta sala nascedouro da problematização a que  se propôs investigar.
A elaboração deste trabalho associou-se às práticas educativas, demandas da instituição como um todo e também contou com o desejo dos professores em promover ações satisfatórias à aprendizagem das crianças. Nesse sentido, o pré- projeto possibilitará às crianças da sala de cinco anos  a construírem  sua autonomia, relacionarem-se  com o ambiente natural e social, terem experiências agradáveis e saudáveis com o próprio corpo, expressarem-se  por meio de diferentes linguagens plásticas, simbólicas, musicais e corporais, terem experiências agradáveis, variadas e estimulantes com a linguagem oral e escrita, deu-se  grande ênfase a contação de historias,  e reconhecerem suas identidades  valorizando as diferenças e a cooperação.
Intentou-se também, a partir deste, chamar-lhes a atenção para a urgente necessidade de se desenvolver um trabalho que garanta Educação de Qualidade e para tanto é imprescindível que os gestores saibam como superar a dicotomia existente entre o que se pensa e se faz na instituição educacional. Pensando nisso obteve-se o cuidado de deixar claro que não queríamos fiscalizar  o trabalho docente, mas contribuir para que se aplique na escola uma metodologia que garanta as crianças o Direito de se comunicar, de expressar-se tendo múltiplas experiências de linguagem. 
Não existe uma forma única para trabalhar a multiplicidade de experiências e linguagem, por isso recomendamos  que a instituição de educação infantil constitua um grupo para organizar o processo, planejar como será feita a mobilização da comunidade, providenciar   e promover a reflexão sobre o tema em questão, abordando a importância e as possibilidades de trabalhar essas formas de comunicações e expressões como linguagem na educação das crianças pequenas.
Certos de que é  por meio da linguagem que a criança se comunica e interage com o mundo ao seu redor constituindo-se e desenvolvendo-se: sendo sabedores também a criança é constituída de múltiplas linguagens,  focaremos essa discussão nas possibilidades de desenvolvimento e ampliação dessa linguagem na criança.  
Detectamos que métodos  arcaicos de ensino infelizmente ainda se fazem presentes nas ações de muitos educadores que indiferentemente, definem / ordenam  todas as ações  e formas de as crianças expressarem-se, e acabam por limitar e dificultar o desenvolvimento  da linguagem, ou por que não dizer que limitam o processo de criação/recriação da arte infantil e  da própria cultura/identidade?

O que justifica a escolha desta temática é o fato da diversidade de experiências e linguagens na educação infantil não está sendo compreendido pelo corpo docente escolar. A partir de então, conclui-se que deveria ser feito um levantamento de saberes e conflitos que a comunidade escolar tem a este respeito.
Detectou-se durante as ações do cotidiano escolar que a linguagem permeia o trabalho das crianças por meio das brincadeiras e da interação,  entretanto não a compõe  eixos da ação pedagógica e que paralelo a esta situação, ainda persiste um grande equivoco em relação a esta temática. Constata-se nas mais diversas situações que quando se fala  em linguagem   alguns professores remetem  à linguagem verbal e escrita, igualmente essencial para o desenvolvimento infantil, porém, acabam priorizando essas duas formas de linguagem, em detrimento de outras, privando assim as crianças de novas vivências, novas experiências que ampliem seus conhecimentos.  Diante do que já fora descrito, buscamos superar esse entendimento de linguagem considerando que a criança se comunica e se expressa por meio de MÚLTIPLAS LINGUAGENS, de “cem linguagens” como escreve Loris MALAGUZZI em sua poesia. 
A crianca e feita de cem (...)
Cem mundos para descobrir.
Cem mundos para inventar
Cem mundos para sonhar
A crianca tem cem linguagens
(E depois cem cem cem)
Mas roubaram-lhe noventa e nove.
(Fragmento do poema de Loris MALAGUZZI:
As cem linguagens da crianca)

Ao analisar “a rotina da escola, fazendo um paralelo entre “o que se propõem e o que se vive”, conclui que a rotina está à mercê de toda uma organização burocrática, de preceitos adultos de ordem, de uma sociedade capitalista que impõe regras e modos de relação pautados na competição. Não é considerado o querer e as necessidades da criança. E  em meio a tantas determinações, é claro que ela reage. Ela cria meios para transgredir aquilo que não lhe dá prazer, o que para ela não faz sentido.
A Instituição educacional não considera as cem linguagens” que a criança insiste em afirmar que existem. Para justificar essa ação errônea da gestão faz-se uma lista de “causa” injustificáveis: falta de formação profissional, pouco recurso material e pessoal, uma cultura massificante, as influências de concepções desenvolvimentistas (psicologia do desenvolvimento), que por algum tempo determinaram o foco da educação das crianças como sendo o seu desenvolvimento psíquico- social, dentre outras. È hora de nós gestores / professores acordamos para por em prática nossos discursos.
“(...) as transgressões criativas, produto e produtora de uma cultura da
infância, rica pela especificidade que é portadora. A cultura da infância nos
obriga a rever o absolutismo do pensamento, a intolerância das práticas
discriminatórias, a considerar as possibilidades de um trânsito entre
competências e sujeitos diversos, mas, nem por isso, hierarquizáveis e
desiguais (...)” (GUSMÃO, 1999: 52).


A problemática sobre a qual se fundamenta esta pesquisa, deixa claro que o núcleo gestor da instituição educacional supracitada tem consciência de que trabalhar com crianças pequenas requer de todos componentes da escola uma postura ativa na consolidação de uma gestão democrática e eficiente que garanta-lhes o direito de expressar-se, mas angustia-se por não entender  alguns critérios que garantam a qualidade. Os sujeitos da escola não entendem  no ensino como por exemplo: Quais os fundamentos da educação das crianças pequenas? Como atuar de forma a favorecer o pleno desenvolvimento e aquisição  linguagem da criança? Como organizar um currículo para a Educação Infantil, atendendo às especificidades da aprendizagem e do desenvolvimento da linguagem? São inúmeras as questões que permeiam o espaço-tempo da Educação Infantil e não tem sido  fácil abdicar  dos vícios escolarizantes e antecipatórios que marcam a prática pedagógica destinada às crianças de creche e pré-escola.
Neusa Gusmão (1999) chama a atenção para a abrangência das culturas infantis e como estas podem nos “apresentar” a diversidade, com culturas que são criadas em contextos específicos, e que assim, são diversas, mas não hierarquizáveis. Neste âmbito, abre-se um leque de probabilidades, e mais, de necessidades de produção de conhecimentos a cerca das infâncias que existem e do que as constituem como  tais, suas culturas, seus conhecimentos, suas  especificidades, principalmente nos espaços de educação infantil.
O principal objetivo deste trabalho é levar junto à comunidade escolar algumas contribuições de teóricos como MALAGUZI, FORMOSINHO e outros  no intuito de fazê-los compreender a importância de outorgar  ás crianças o direito de usufruírem das mais variadas experiências de linguagens, para questionar, explorar e atuar melhor no mundo globalizado em que vivemos. 
Ressaltamos que além do objetivo citado anteriormente, o resultado deste trabalho deve também contribuir de forma específica para:
ü    Tornar o Instituto de Educação Infantil Areia Branca em um espaço-tempo de construção, de desenvolvimento humano, de vivências positivas para crianças, famílias e professores.
ü    Contribuir com a comunidade escolar no  sentido de que encontrem seu próprio caminho na direção de práticas educativas que respeitem o  direito de aprendizagem das crianças, dando ênfase maior a questões relacionas a multiplicidade de experiências e linguagens.
ü    Construir uma escola mais democrática e que trabalhe a crianças como um todo, dando – lhes oportunidade de construir suas aprendizagem e defender pontos de vista  para comunicar-se melhor e assim melhor atuar no mundo. 
ü    Orientar e subsidiar a prática pedagógica em relação a um tema tão cheio de mitos como é a multiplicidade de experiências e linguagem de forma aberta e processual.
Este material estará à disposição de todos os interessados, pois a experiência já desenvolvida até agora demonstra que seu uso representa um significativo incentivo à melhoria da qualidade da educação infantil. E como resultado dessas pesquisas temos agora este referido trabalho, que trás em suas entrelinhas resultados de questionamentos e dúvidas dos professores no que diz respeito a este respeito. O mesmo caracteriza-se como instrumento de avaliação e pesquisa da metodologia utilizada pelos professores da referida instituição, e trás também suas inquietudes que foram debatidas
.
 

2       SUPORTE  TEÓRICO
Não podemos falar de multiplicidades de linguagens, na Educação Infantil, sem enfatizarmos a imaginação, a ludicidade, o simbolismo e a representação haja vista que estes aspectos  traduzem as características da linguagem própria da criança.  Neste sentido é válido afirmar que para a criança pequena, toda e qualquer forma de linguagem representa uma riqueza de possibilidades,  e assim sendo  a linguagem reveste-se de um caráter comunicativo que, permite dizer alguma coisa sobre o mundo em que está inserida.
            Será que ainda há professor da Educação Infantil que ainda não tenha lido  a poesia  do educador italiano Loris Malaguzzi “As cem linguagens da criança”? Eis aí então, a justificativa que encontramos para o fato de não darem  o direito da criança de expressar-se por meio das diversas formas de linguagem.. Na poesia supracitada, o escritor menciona as cem maneiras diferentes de a criança pensar, sentir, falar, inventar, sonhar...  Porém, afirma de forma convincente em seu texto, que os adultos roubam noventa e nove dessas cem linguagens das crianças.   Quando é negado esse direito da criança, certamente todo o trabalho na instituição vai mal.
            Assim sendo, cabe ao gestor educacional gerenciar ações que garantam a organização da  instituição de educação infantil no sentido de  favorecer e valorizar essa autonomia da criança. Para tanto, é necessário que os ambientes e os materiais estejam  dispostos de forma que as crianças possam fazer escolhas, desenvolvendo atividades individualmente, em pequenos grupos ou em um grupo maior. As professoras devem atuar de maneira a incentivar a busca de autonomia, sem deixar de estar atentas para interagir e apoiar as crianças nesse processo
            Segundo os indicadores de Qualidade na Educação infantil, é necessário que na avaliação de uma instituição de educação infantil, seja feito os seguintes questionamentos: o trabalho educativo procura desenvolver e ampliar as diversas formas de a criança conhecer o mundo e se expressar? As rotinas e as práticas adotadas favorecem essa multiplicidade ou, ao contrário, como sugere o poeta, roubam a possibilidade de a criança desenvolver todas as suas potencialidades?  Entretanto, será que as Instituições de educação Infantil estão avaliando desta maneira ou remetem apenas pareceres muitas vezes infundados  sobre o comportamento e atenção das crianças ao realizarem atividades dirigidas pelo professor?
É de suma importância que os educadores percebam que durante todo o processo do desenvolvimento infantil, a criança vai construindo sua autonomia: cada fase percorrida abre inúmeras possibilidades de expressão e atuação. Assim acontece quando o bebê aprende a reconhecer rostos e vozes de pessoas próximas, quando a criança pequena começa a engatinhar e explorar o ambiente, quando dá os primeiros passos, quando desenvolve a fala e amplia seu vocabulário, quando aprende novas brincadeiras, quando consegue se alimentar sozinha, quando observa imagens de um livro infantil, quando escuta estórias, quando se olha no espelho, e assim por diante.  Partir de então, sugere-se  que  a escola planeje  atividades variadas, disponibilizando os espaços e os materiais necessários, de forma a sugerir diferentes possibilidades de expressão, de brincadeiras, de aprendizagens, de explorações, de conhecimentos, de interações. A observação e a escuta são importantes para avaliar o resultado do trabalho docente,  sugerir novas atividades sempre que necessário,  assim como ajustes no planejamento e troca de experiências na equipe.
Pouco adianta a escola falar de multiplicidade de linguagens se não trouxer junto ao seu discurso,  reflexões sobre sua prática, pois o que se vê no dia a dia escolar é crianças sendo submetidas a exercícios exaustivos e enfadonho de cópias e “leituras orais” que mais parecem que estão cantando as letras: e mesmo assim julgam que estão trabalhando de forma a desenvolver  linguagem. 
           
“Arte significa ter mais linguagens e mais linguagens significa diferentes formas de representar o Mundo. Queremos que as nossas crianças tenham mais do que uma imagem acerca de uma coisa… Quantas mais formas de linguagem se introduzirem (musica, dança, drama, pintura, etc.) mais rica a escola será”
(FORMOSINHO, 2007: 108)

Com base na citação,  entende-se que  é necessário  inserir a criança no cenário sócio cultural construído pelo homem ao longo da história e assim, familiarizá-la com experiências que  favoreçam a multiplicidade de linguagem, desde os representados pelo brinquedo até os representados pela literatura, passando pela linguagem do teatro, do cinema, da mídia (televisão, rádio, jornal), da nova mídia (computador, jogos eletrônicos,...), das histórias em quadrinhos, dos álbuns de figurinha, da poesia, da ilustração.
É importante ressaltar que muito embora as pessoas não se definen por apenas uma forma de expressão, destaca-se aqui que muitas dessas linguagens ficam secundarizadas na escola, em função de razões históricas que explicam a supremacia da linguagem escrita em detrimento de outras formas de linguagem, a partir da crença de que somente a palavra escrita é importante e fundamental para o que se considera como “estudar a sério”.  Aconselha-se portanto, que  o professor seja o mediador por excelência da relação da criança com os diferentes tipos de linguagem, entendendo que cada tipo oferece características específicas. Portanto entende-se que é necessário, que  se disponibilize  recursos para que a criança se familiarize com os variados tipos de linguagem de que dispomos, pois somente tendo acesso e familiaridade ela poderá deles dispor para fazer valer suas próprias ideias e sentimentos, já que a linguagem humana não responde apenas a necessidades práticas e utilitárias. Responde a necessidades de comunicação afetiva. (MORIN, 1998).  Quando se fala em linguagem, há tendência / esteriotipo, em  relacionar essa habilidade apenas à oralidade e à escrita como já foi abordado anteriormente, isso acontece graças ao mau hábito de os formadores não procurarem se atualizar com base em leitura, ficando, portanto suas ações pedagógicas pautadas em conceitos ultrapassados de ensino, que consideram estas duas manifestações linguísticas como principais, e portanto, as mais enfatizadas nos contextos escolares.  Não é nossa pretensão discutir o papel de uma ou outra nem tampouco atribuir lugares de destaque a alguma delas, mas de discutir as características culturais que cada uma apresenta/representa, assim como analisar as possíveis contribuições dessas diferentes formas de expressão para a Educação Infantil.
É válido  ressaltar a importância do papel que o professor desempenha nesse contexto, pois somente contando com uma formação sólida e consistente do ponto de vista sócio-histórico-cultural-antroplógico-pedagógico será possível neutralizar o impacto que essas demandas, representadas por esse tipo de produção cultural, costumam projetar sobre as crianças. Nesse sentido, cabe destacar que cada linguagem traduz intenções, pretensões, alusões ao tipo de mensagem que se propõe a comunicar, e que isso tem relação direta com o tipo de homem, de mundo e de sociedade que cada uma veicula.
Não se pode mais deixar de oferecer ás crianças diferentes recursos de expressão, explorando cada um deles a partir das especificidades que deles decorrem. Acreditamos portanto, que assim fazendo, a produção das crianças possa se agregar à produção cultural já existente, iniciando-se, assim, uma interlocução significativa entre o que já existe e o que podemos criar/ressignificar. Nas palavras de Zabalza (1998),
...a dimensão estética é diferente da psicomotora, embora estejam relacionadas. O desenvolvimento da linguagem avança por caminhos diferentes dos da sensibilidade musical. A aprendizagem de normas requer processos diferentes dos necessários para a aprendizagem de movimentos psicomotores finos. Sem dúvida, todas essas capacidades estão vinculadas (neurológica, intelectual, emocionalmente), mas pertencem a âmbitos diferentes e requerem, portanto, processos (atividades, materiais, orientações) bem diferenciados de ação didática. (ZABALZA, 1998, p. 52)

Pretendemos, portanto, que o desenvolvimento de múltiplas linguagens no Instituto de  Educação Infantil Areia Branca esteja a serviço de um desenvolvimento mais abrangente, que ultrapasse as habilidades de se expressar de múltiplas formas, e se configure como uma possibilidade de leitura significativa de mundo.


.
3       PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para obter-se resultados proficiente na realização deste trabalho,  adotou se   princípios norteadores como a observação dos  fatos vivenciados no cotidiano escolar, que foram analisados e discutidos  à luz de teorias e pesquisas científicas   de cunho sócio construtivista – interacionista como as obras de ZABALZA, FORMOSINHO, MALAGUZZI  e alguns outros que se preocupam com a temática em questão: A Multiplicidade Experiências  De Linguagens Na Educação Infantil.  Portanto, é  válido defini-lo  tanto como sendo  uma pesquisa de campo como sendo uma pesquisa  cientifica, já que  o mesmo adotou-se uma postura de observar a realidade e análise de teorias sobre o tema observado.
Ressalta-se  que esta a problemática abordada neste trabalho nasceu  da necessidade de compreender, refletir e dar ênfase a qualidade do ensino no Instituto de Educação Infantil Areia Branca, escola da rede pública de ensino na cidade de Ibicuitinga.  O mesmo é composto por trezentas e vintes crianças atendidas nas modalidades de creche é pré-escola, um  quadro de vinte professores, sendo que deste total, apenas quatro não tem nível superior, um diretor geral, um diretor pedagógico, um vigilante, quatro merendeiras e quatro auxiliares de serviços gerias. Todo este pessoal foi alvo de observação e escuta em relação ao tema em estudo, além dos pais e demais acompanhantes das crianças. 
Ao perceber a inquietude e necessidade de as crianças pequenas e também dos funcionários da escola se comunicarem de diversas formas e ao ver o despreparo da gestão escolar para lidar de forma sábia com esta situação nos debruçamos de corpo e alma no estudo da problemática apresentada.
Os  principais  instrumentos utilizados para  alavancar o estudo foi a a observação e a escuta das crianças e professores. Os registros do dia a dia da escola também muito nos auxiliaram no sentido de fazê-los refletir sobre a urgente necessidade de mudança para que se tenha qualidade no processo ensino aprendizagem. Também foi feito estudos, palestras e comparações entre o que lemos e o que fazemos.  Todas as ações da escola foram avaliadas coletivamente com base nos Indicadores de Qualidade Para a Educação Infantil, instrumento este que norteou não só este documento, mas o trabalho escolar do  Instituto de Educação Infantil Areia Branca.
Não é pretensão nossa taxar a metodologia da escola de ultrapassada, ou ruim, mas contribuir para a formação dos professores que foram acompanhados ao longo do trabalho e como conseqüência deste, esperamos que as crianças sejam contempladas com ações mais dinâmicas e condizentes com o sistema de ensino.  
Mas o que de fato torna a realização deste trabalho deveras gratificante é perceber que já está acontecendo mudanças na postura das professoras.  Percebe-se que agora das  dez turmas algumas  já permitem uma maior interação das crianças; as atividades já estão sendo melhor elaboradas, pois permitem que as crianças se expressem com mais autonomia,   como observa-se na amostragem abaixo.
ATIVIDADES 
Turmas  participantes
Maio
Junho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Brincavam com outras turmas 
02
02
03
05
08
09
Faziam passeios excursões 
02
01
04
04
07
10
Realizou atividades sugeridas pelas crianças
05
05
06
08
09
10
Realizou atividades prazerosas com as famílias
04
03
05
05
08
10
Aderiu ao momento do brincar livre
05
05
06
08
10
10
Aderiu a ,  contação de historias e causos  (todos os dias)
00
01
01
06
08
09
Trocaram endereços e telefones
00
00
03
03
09
09
Dado registrados com base no acompanhamento técnico da Secretaria Municipal da Educação. 

Ao fazer uma analise dos dados expostos neste trabalho, nota-se que mesmo que as mudanças ainda não tenham acontecido em grande escala, pelos menos  é notório a tentativa do corpo docente em querer mudar sua postura frente à temática  trabalhada.  Pois as atividades já não são mais tão monótonas e enfadonhas. Há uma pelos menos uma pequena tentativa de que a criança manifeste sua opinião e  passe a atuar de forma mais ativa.
Este artigo trata sobre a importância do trabalho pedagógico na Educação Infantil tendo como foco de análise as múltiplas linguagens: gestos, brincadeiras, desenho, dança, música e manipulação de objetos artísticos. Busca esclarecer algumas mudanças na atualidade por meio das discussões a respeito dos Referenciais Curriculares para a Educação Infantil (1998) e dos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (2006). Destacou-se algumas sugestões para uma educação pautada na perspectiva histórico-cultural. 
                  Com base nos discursos que se escuta das professoras e das atividades que se propõem as crianças, conclui-se que  foi compreendido pela gestão escolar que o  ato da comunicação está no cerne da globalização e da sustentação da diversidade cultural e que é papel da escola propiciar a diversidade de experiências e linguagens  nas escolas de educação infantil, para que a criança possa expressar sua identidade, opiniões e intenções, e confrontá-las com outros indivíduos oriundos de contextos culturais distintos.                   
                 


4  CRONOGRAMA
Atividades
Data de realização  / 2011

Observação da escola
Maio
Jun
Jul
Agos
Set
Out
Nov
x
x
x
x
x
x
x
Detectação do problema
x
x
x
x



Socialização do problema



x



Estudo e pesquisa sobre o problema


x
x
x
x
x
Escrever o projeto




x
x
x
Revisar  o projeto





x
x


 
REFERÊNCIAS

FORMOSINHO, Júlia Oliveira (2007) Modelos curriculares para a educação de Infância, PORTO, porto editora, pág. 108)


GUSMÃO, Neusa M. M. de (1999). Linguagem, cultura e alteridade: imagens do
outro. In:Cadernos de Pesquisa. nº 107, julho.
Indicadores da Qualidade na Educação Infantil / Ministério da Educação/Secretaria da Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009.

MALAGUZZI Loris: Invece il cento c’è. In: _____. Edwards, C., Gandin, L. i Forman, G. I cento linguaggi dei bambini. Edizione Junior, Italia, 1995 e recente mente publicada em português pelas Artes Médicas como: As Cem Linguagens da Criança. Com ilustração de TONUCCI, Francesco. Com olhos de criança. (trad. Patrícia Chittoni Ramos). Porto. Alegre: Artes Médicas, 1997.
                                                                                             
ZABALZA, Miguel. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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