FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM
EDUCAÇÃO
MARIA
DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO
O
COMPORTAMENTO ASSERTIVO DO DIRETOR ESCOLAR NO GERENCIAMENTO DO PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO.
QUIXADÁ-
CE
2014
O COMPORTAMENTO ASSERTIVO DO DIRETOR ESCOLAR NO GERENCIAMENTO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.
Maria
das Dores Nogueira Nobre Araújo
Resumo
A experiência aqui descrita teve como objetivo
fomentar a ideia de que no processo de
gerenciamento o comportamento assertivo
torna a pessoa capaz de atuar em seus próprios interesses, de se afirmar sem
ansiedade, de expressar sentimentos sinceros sem constrangimento ou de
exercitar seus direitos sem negar os alheios. Não é novidade afirmar que comportamentos
assertivos são demandados constantemente em todas as ações realizadas no âmbito
escolar, porém enfatizou-se neste trabalho o comportamento assertivo no
gerenciamento da construção do Projeto Político Pedagógico, cuja realização
proficiente depende da combinação apropriada e de aspectos relativos à forma
como se relacionam o Diretor e a Comunidade Escolar. O resultado do trabalho em campo apresenta-se
aqui, narrados de forma descritiva, na introdução abordou-se o problema, o
objetivo a que se destina bem como a relevância da temática. O desenvolvimento composto por três subtemas
abrangendo temas como: A assertividade e situações do dia a dia escolar,
comportamentos assertivo no processo de elaboração do Projeto Político
Pedagógico comportamento e ações assertivas do gestor na elaboração deste. Na
conclusão do trabalho discorreu-se sobre as mudanças que este trabalho
notificou na instituição antes e após a experiência vivenciada.
Palavras-chave:
Assertividade. Gerenciamento, Gestor Escolar, Projeto Politico Pedagógic
1 - INTRODUÇÃO
A
importância da Assertividade no trabalho do gestor há muito vem ganhando
importância no cenário educacional, prova disso é que esse assunto vem
sendo pauta dos discursos políticos nacionais da educação, além de
constantemente estarem sendo publicados importantes trabalhos trazendo
reflexões sobre o tema. Mas paralelo a
esse progresso, ainda existe um problema que cada vez mais preocupa aqueles que
se interessam pela qualidade da educação: Como vem sendo elaborado o Projeto
Político Pedagógico nas Escolas? Será que o gerenciamento do processo de
elaboração e implantação deste, vem sendo feito de maneira assertiva? Será que realmente o Diretor escolar adota
uma postura assertiva para que gerencie a escola (não só o PPP) de forma democrática
e includente?
Pretende-se por meio deste trabalho analisar o
comportamento adotado pelo Gestor Escolar para gerenciar tão elevada função. Para
tanto fora feito uma análise de seu comportamento sobre o seguinte prisma: se
há assertividade em suas ações, há gestão democrática, que resulta em participação
ativa e eficaz de todos neste processo, e mesmo que não se tenha um Projeto “perfeito”,
haja vista que este nunca estará pronto e acabado, mas certamente os
integrantes da escola serão pessoas com mais aptidão para a reflexão e auto
avaliação, e serão mais tolerantes as mudanças da sociedade. .
Elegeu-se como lócus para esta pesquisa o Instituto de Educação Infantil
Areia Branca, localizado na sede do município de Ibicuitinga. Escola esta que
atende mais de trezentas crianças com idade entre dois a cinco anos nas
modalidades creche e pré-escola; o fator primordial que motivou a escolha deste
lócus para a realização da experiência foi o fato de. esta escola ainda não ter
conseguido elaborar sua proposta pedagógica.
A realização da experiência durou um semestre
(Agosto à Dezembro), contou com a participação direta e indireta de toda a
comunidade escolar e não apenas do Diretor, muito embora seja ele o principal sujeito
e protagonista das ações, não se pode deixar de registrar também a participação
dos professores, demais funcionários, alunos e famílias. Afirma-se
que as ações e comportamentos do gestor aqui descritas foram antes, experimentadas,
postas em práticas a fim de corroborá-las ou, refutá-las.
A elaboração
deste trabalho associou-se às praticas interventivas da Secretaria Municipal da
Educação, que sempre primou pelo trabalho de qualidade no âmbito educacional, e
dispunha para isso um técnico pedagógico especializado em Gestão Escolar para
subsidiar o trabalho dos Gestores – Diretores das escolas públicas municipais.
Os
resultados que aqui se narram, são frutos do trabalho descrito, e analisados
pelo Técnico da Educação que se dispõe a
visitar a escola uma vez por semana,
durante um semestre. Estas visitas, que antes eram apenas atividades de
praxe da SME, tornaram-se momentos de investigação das causas e intempéries que
tanto atrapalhavam o trabalho escolar. Diante das circunstâncias observadas
logo nas primeiras semanas julgou-se necessário fazer mudanças na equipe
pedagógica, trazendo, portanto um novo diretor (professor que já compunha o
quadro de funcionários da escola). E logo no inicio de sua gestão passou a ser
objeto de estudo desta pesquisa.
E à
medida que se orientava e observava o trabalho do gestor, fomentavam-se dados
para o trabalho de pesquisa em campo. E foi assim que se gerou o resultado
deste trabalho, durante seis meses, uma vez por semana, estava fazendo
questionamentos, investigando, orientando, observando, analisando e descrevendo
comportamento do gestor na construção do projeto politico pedagógico. Estes
momentos tornaram possível vivenciar e sentir na pele os sentimentos, atitudes,
angústias e vitorias no cotidiano de gestor escolar.
A
essência do trabalho aqui descrito tem por base a veracidade dos fatos
vivenciados, os registros, documentos e dados que descrevem de forma precisa o
comportamento do Gestor. Fatos estes que
renderam a este sujeito o título de Diretor Assertivo, haja vista ter sido
observado em suas atitudes às qualidades que se almejam em profissional da
educação. Entretanto, é válido ressaltar que a assertividade, não é algo que
lhe fora atribuído apenas por estar sendo objeto de estudo, é algo que lhe parece
nato, pois a mesma destaca-se pela permanente atuação
criativa, pela inteligência ao gerenciar a escola na busca de otimização de
resultados, inovação nos serviços de coordenação. Destaca-se ainda como uma
grande qualidade do gestor a facilidade em desenvolver projetos nas diversas
áreas de estudo; a incessante busca de aproximar famílias e escola; também é
inquestionável sua atuação na busca constante pela propagação da cultura da
paz, da cidadania, e dos direitos humanos.
Para se trabalhar esta visão holística de mundo, é lógico que se precisa
de um bom currículo, mas só isso não basta. Só os que adotam uma postura assertiva e
empática conseguem tão maravilhosa façanha. Entretanto pode-se afirmar que
nosso diretor faz juízo aos seus mais de dez anos no magistério, tendo ingressado
na área por mérito próprio através de concurso publico, e sua formação
acadêmica também tem contribuído para gerenciar a escola de forma tão
comprometida.
Para que
o trabalho de gerenciamento alcançasse resultado positivo, foi necessário a
valorização do trabalho em equipe, a elaboração, a participação e
o aprendizado são princípios norteadores que auxiliam os gerentes (diretor) e
os colaboradores (equipe pedagógica) a articularem a complexidade no ambiente
atual de serviço; ressalta-se, porém que, ações como estas só acontecem
mediante um comportamento assertivo.
A
problemática em que se se encontrava a gestão escolar no processo de
construção democrática do Projeto Político Pedagógico sofria com
intempéries que não se encontravam na uniformidade de causas, não se observava
um motivo único que fosse responsável ou corresponsável pela inviabilização da
participação ativa da comunidade escolar na elaboração de políticas pedagógicas
que regem o dia a dia escolar. Entretanto, para que fosse obtidos êxito em
relação a esta causa observou-se o que diz LÜCK (2006, p. 41) “A gestão democrática ocorre na
medida em que as práticas vivenciadas sejam orientadas por filosofia, valores,
princípios e ideias conscientes, presentes na mente e no coração das pessoas,
determinando o seu modo de ser e de fazer.”
Como se pode ver, este pensamento
nos remete a construção assertiva do verdadeiro SELF, e suas consequências na
vida adulta. Entende-se, portanto que o
gerenciador / diretor escolar que desenvolve bem suas funções alcançando êxito
em suas metas, seja aquela pessoa capaz de perceber ao outro e a sí mesmo como
pessoas capazes, ele construiu ao longo da vida padrões conceituais
organizados, fluidos de características do EU juntamente com valores ligados a estes
conceitos.
Partindo do pressuposto que o Projeto Político Pedagógico é a alma da
escola e que deve ser construído de acordo com a realidade, traçando
metas e objetivos que visem à melhoria de todos, entende-se que este jamais
poderá nascer de uma ação individualista e sim coletiva.
Neste sentido, coube ao Gestor buscar parcerias com a equipe escolar, para a
construção de um projeto coletivo, no qual houvesse participação ativa de todos
os envolvidos no processo educativo e não tentar fazer sozinho ou “comprar’ um
trabalho que obrigatoriamente deve ser feito de forma coletiva e democrática”.
Agindo o gestor da maneira
discorrida no parágrafo a cima certamente levará a escola ao alcance dos seus
ideais e certamente poderá consolidar sua democratização. Entende-se, portanto
que apenas os que adotam comportamentos Assertivos agem desta maneira, pois os
que primam por comportamentos passivo não encontrará forças para realizar tão
árdua missão, os agressivos também jamais irão preocupar-se com o pensamento
dos outros, pois isto lhes é de pouca valia.
De
acordo com a Assertividade os líderes devem criar as condições
no ambiente que permitem a sobrevivência e o crescimento das organizações,
assim sendo, cabe ao gestor intermediar a elaboração proficiente de ações pedagógicas
que contemplem de forma especificas á todas as modalidades de ensino
presentes na instituição escolar. Neste caso gerir de forma democrática o
Projeto politico Pedagógico pode contribuir para o desenvolvimento de um
trabalho de qualidade nessas instituições.
2 – DESENVOLVIMENTO
2.1- A
assertividade e o cotidiano do gestor escolar.
Nos dias atuais o comportamento assertivo é
considerado complexo, porém bastante valorizado em função dos objetivos a que
se propõem e por estar consensualmente associada ao desempenho social do
indivíduo, inserindo-se na categoria de competência social. Conforme Paula Vagos 2006 são várias as áreas
científicas que propiciam o estudo da assertividade, entretanto será feito uma
discussão sobre o tema, á luz da psicologia, que associa o conceito de
assertividade à fenômenos da psicologia clínica, do trabalho, da educação,
social e dos processos de grupo ou do desenvolvimento e aprendizagem.
Com base nas leituras de Vagos compreende-se a
assertividade como uma palavra derivada de asserção, que significa afirmar,
confirmar, argumentar e expor fatos, pensamentos e desejos com firmeza. Mas, olhando,
observando situações ao nosso entorno, nota-se que quando os gestores se
comportam dessa maneira, dependendo do grau de maturidade do seu público, o
líder pode tornar-se refém de situações complicadas e que na maioria das vezes
podem lhes trazer grandes prejuízos.
Para que se possa compreender se o gestor adota um
comportamento assertivo na construção do projeto político pedagógico, foi
necessário fazer um paralelo entre o pensamento de Paula Vagos sobre a Assertividade
e o dia a dia do gestor escolar. E em
nada se discordou de Vagos quando se julgou o
comportamento do diretor com base na psicologia do trabalho, pois, neste
aspecto acredita-se que a assertividade esteve frequentemente associada ao seu
estilo de trabalho, de liderança e seu compromisso organizacional, pois assim
como afirmam as teorias de Vagos, o diretor analisado fazia valer sua opinião,
autonomia e desempenho ao tomar atitudes. O mesmo sabia gerir as emoções com
muita classe, fazia análise coerente das situações para resolver os conflitos
que corriqueiramente apareciam entre os seus liderados, tanto em relação aos
alunos, quanto aos pais e funcionários. Agia sempre com autenticidade ao
defender seus pontos de vistas, mas sempre sabendo se colocar no lugar do
outro.
Do ponto de vista da psicologia da educação, fora tomado como referência para
a análise in lócus o pensamento de
Paula Vagos, (2006, p.1) quando dizem que “o comportamento assertivo é associado à aceitação ou rejeição por
parte dos pares, o que por sua vez, quando na infância, terá repercussões no
bem-estar, adequação e integração social do adulto”. Percebe-se esta afirmação concretizar-se nas
ações observadas, quando as atitudes de gerenciamentos eram vistas como a capacidade de ter comportamentos de
partilha, cooperação, respeito pelas regras, ajuda mútua, nos momentos de
encontro de pais e mestres, na divisão criteriosa dos trabalhos, ao planejar,
executar e avaliar metas para o bom andamento do trabalho. Para afirmar ainda mais essa observação, via-
se o comportamento assertivo
transparecer sempre , nas atitudes
espontâneas de cumplicidade entre o
diretor (líder) e a comunidade escolar (os liderados).
Do ponto de vista da psicologia do desenvolvimento e
da aprendizagem, compreendeu-se ser assertivo também, haja vista que a
assertividade surgia como uma atitude intrínseca à comunicação humana
interpessoal, verbal e não verbal, aprendida por modelagem, por observação de
modelos desde a infância, e cuja prática é influenciada por processos
cognitivos que inibem ou não o comportamento assertivo.
No campo da psicologia social, a assertividade está
associada à prática de comportamentos assertivos aos processos de grupo,
nomeadamente de afiliação e identidade social.
O acompanhamento sistemático e observatório, fez com que se
compreendesse o diretor como sendo um bom funcionário entre os demais, um
membro do grupo que cuida de suas obrigações com zelo, assim também como no
campo da individualidade demonstrando ser uma pessoa forte, construtor de uma
historia linda de amor e zelo extremo pelo que faz comportamento esse que
algumas vezes é mal interpretado e o faz ser “visto com chefe inflexível’ por
não abrir mão de princípios que considera fundamental para o resultado do
trabalho em grupo. Entretanto, mesmo diante de algumas situações adversas de
incompreensão por parte de seus liderados, este gestor, se mostrava forte, a
ponto de conseguir mostrar-lhes suas concepções e convencer-lhes das mudanças
necessárias.
As atitudes observadas na trajetória / curriculum do
gestor asseguram
algumas consequências do reconhecimento em pertencer a um grupo social (à
escola), quando este já vivenciou alternativas de emprego por achar em uma nova
equipe / um novo grupo de trabalho melhorarias nos aspectos positivos de sua
identidade social; em tempos anteriores a esta pesquisa o indivíduo deixou a
direção da escola onde hoje trabalha, por achar que naquela época o grupo não
contribuía positivamente para a sua identidade, e hoje vendo que não é
conveniente sair do grupo por motivos pessoais, este funcionário dedicado reinterpretar
suas concepções, princípios e valores, sempre que necessário, tornando-os mais
aceitáveis, e mesmo sem abrir mão de seus conceitos “esforçar-se” para melhorar
a posição que o grupo ocupa na sociedade.
O chefe / líder Assertivo sempre busca melhorar a
posição do grupo, frente às autarquias superiores. Sendo este um ser único, mas
por considerar-se parte indissociável do grupo, é natural que venha inferir ao grupo
características que lhe são atribuídas; e a interpretação que é dada a seu
comportamento espera sempre vê-las refletirem-se em seu trabalho. Assim sendo, as
reações dos demais a cada nova conquista fortalece ou enfraquece seu grupo e
sua identidade social.
Assim podemos concluir que a história do grupo é
pensada sempre com o antes e depois de ser gerenciada por este líder assertivo
dando razão ao que diz Paula Vagos (2006, p.2).
Ainda assim, é
consensualmente associada ao desempenho social do indivíduo, inserindo-se na
categoria de competência social, ou seja, do conjunto de aptidões emocionais,
sociais e cognitivas necessárias a que o indivíduo seja capaz de construí uma
adaptação social bem sucedida, a qual varia em função do contexto e grau de
maturação ou desenvolvimento da pessoa, sendo necessário que o indivíduo possua
competências diversas para se relacionar, e que as possa ir adequando às
exigências contextuais e desenvolvi mentais com que se depara em cada interação
social.
.
2.2 - O comportamento assertivo do gestor na construção do projeto
politico pedagógico
Com base na
pesquisa in lócus, percebeu-se que a elaboração, implementação e avaliação
de Projeto Politico Pedagógico auxiliou o gestor a traçar metas para o
trabalho, contribuindo para uma prática mais reflexiva e com objetivos
definidos. Neste aspecto, ainda pode-se afirmar que a elaboração de
um Projeto Politico Pedagógico foi bem mais que um convite, foi uma
aposta que envolveu a todos os segmentos escolares. Mas, não foi, nem
nunca será fácil, faze-lo de forma assertiva, haja vista que esta atividade
desencadeia um leque de outras habilidades difíceis e complicadas, como por
exemplo, lidar com pessoas diferentes, e unir estas pessoas formando um grupo
sem desrespeitar as especificidades de cada um.
‘Dê-me
uma alavanca comprida e um ponto de apoio que deslocarei o universo", esta
frase de Arquimedes de Siracusa nos remete a um dos questionamentos mais
relevantes no atual mundo corporativo e está implícita nas linhas deste artigo:
Seria o comportamento assertivo a melhor "alavanca" para gerir o
processo de elaboração do Projeto Politico Pedagógico com excelência? Seria a
diversidade de pessoas, cada um com seus comportamentos assertivos e não assertivos,
o apoio para o deslocamento do pensar e agir universal?
Tentou-se fazer uma
conjectura entre o tema assertividade e gestão escolar, para
melhor entender a função do gestor, na elaboração proficiente do Projeto
Politico Pedagógico, tomamos como base ainda as teorias relacionadas à
Construção do Eu e os pensamentos de Lopes e Mendes quando afirmam que:
“O gerente, administrador ou gestor deve ser capaz de organizar,
relacionar, refletir e analisar a melhor forma de cuidar do setor que ele
administra para que consiga êxito no que se propõe a fazer. A administração é
uma Atividade produzida pelo homem e que se ocupa com a organização do esforço
coletivo, isto é, com a organização do trabalho na sociedade.”
LOPES e MENDES (2006. P. 12).
Dentro
deste contexto de construção proficiente do projeto politico pedagógico, surgem
novos paradigmas organizacionais de gestão como, o comportamento assertivo, que
imprimem novas demandas para habilidades interpessoais do gestor, como as de
coordenação de grupo, liderança de equipes, manejo de estresse e de conflitos
interpessoais, organização de tarefas, resolução de problemas, tomadas de
decisão e promoção da criatividade do grupo.
São estas ações os princípios norteadores que auxiliam os gerentes e os
colaboradores a articularem a complexidade da elaboração proficiente do projeto
politico pedagógico.
Constatou-se
neste trabalho que o projeto politico pedagógico fora elaborado dentro dos
padrões de gerenciamento assertivo, pois o comportamento gestor sedimentou-se
no equilíbrio entre a passividade e a agressividade, encarando as oposições de
ideias com naturalidade, desenvolvendo a competência de dizer não de forma
bilateral, permitindo que os demais membros da comunidade escolar se
posicionassem. Notou-se anda que O feedback tanto fora negativo o quanto
positivo, mas sempre com foco em encontrar soluções para os problemas até então
apresentados, demonstrando assim, que uma das premissas do comportamento
assertivo é a empatia, que genericamente
pode-se dizer que é a capacidade de se colocar no lugar do outro.
Como resultado das
ações descritas, o Projeto Politico Pedagógico fora melhor construído, pois o
gestor teve consciência de que seu papel é deveras importante na construção
deste, e logo assumiu uma postura de líder e intermediador do processo de
elaboração do mesmo. Mas, para se chegar a essa conclusão
e para que não proceda de maneira equivocada, é necessário que além de ter
comportamentos assertivos, que o mesmo entenda o conceito de VEIGA sobre
quais as características que um bom projeto politico pedagógico deve
apresentar:
... ser
processo participativo de decisões; preocupar-se em instaurar uma forma de
organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições;
explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre
os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e
coletivo; conter opções explícitas na direção de superar problemas no
decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade especifica e
explicitar o compromisso com a formação do cidadão.
(Veiga, 2001, p. 11)
Reafirma-se que o gestor adotara
um comportamento assertivo ao Gerenciar a construção do Projeto Politico
Pedagógico, pois o documento foi elaborado dando ênfase às ações previstas nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação, fora levado em consideração o
meio sociocultural em que a escola está inserida, pois são estes
conhecimentos que devem instrumentalizar a ação do gestor, e as expectativas do
colegiado de professores servem como referência para a prática educativa.
Buscou-se entender as imprescindíveis categorias curriculares para organizar as
ações: (O quê? Para quê? Por quê?). Foram traçadas metas para que fortalecessem vínculos
afetivos e troca de conhecimentos entre professores e alunos.
Considera-se, portanto, que a construção do Projeto Politico Pedagógico
proporcionou possibilidades de reflexão do gestor e professores sobre a prática
educativa, de maneira que venham atuar cada vez melhor, em prol de uma educação
universal e de qualidade, tornando assim a instituição educacional um espaço
dinâmico e vivo no qual os alunos alcancem o desenvolvimento integral de suas
potencialidades, crescendo como cidadãos cujos direitos são reconhecidos e
respeitados.
O projeto
constituiu-se um instrumento teórico metodológico ajudando aos
professores e diretor a enfrentar os desafios do cotidiano escolar de forma
sistematizada, consciente e democrática. Mas, para que se obtivesse resultados
exitosos em sua elaboração buscou-se compreender seu processo de execução com
uma visão mais holística. Para tanto, levou-se em consideração aspectos
relacionados à Comportamentos Assertivos, conjecturando-os com aspectos
relacionados à gerenciamento democrático.
Também
fora tomada como base para a realização do trabalho in lócus as teorias de Moacir Gadotti e em concordância com este,
os autores do Projeto Politico Pedagógico fundamentaram suas ações na seguinte
afirmação:
“Todo projeto
supõe “rupturas” com o presente e “promessas” para o futuro. Projetar significa
tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de
instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada
projeto contém de estado melhor que o presente. Um projeto educativo pode ser
tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam
visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.” (2000,
p.56).
Entre tantos benefícios que a
construção do Projeto Politico Pedagógico trás a instituição escolar, citamos a
possibilidade de construir uma cultura avaliativa que propicia à escola
questionar o seu papel e comprometer-se com a construção e socialização de um
conhecimento emancipatório.
O
Projeto que fora retratado nesta pesquisa explicitou de forma clara e precisa
as características que os integrantes da escola pretendem construir na unidade
e qual formação querem para quem ali estuda. Percebe-se que o caminho
percorrido até chegar ao resultado final, foi bastante assertivo, foram proporcionadas
estratégias que levem seus integrantes a discernir como transformar sua
realidade cotidiana em algo melhor.
Conforme
afirma Veiga (1998), o projeto pedagógico não é um conjunto de planos e
projetos de professores, nem somente um documento que trata das diretrizes
pedagógicas da instituição educativa,
“mas, um
produto específico que reflete a realidade da escola, situada em um contexto
mais amplo que a influencia e que pode ser por ela influenciado".
Portanto, trata-se de um instrumento que permite clarificar a ação educativa da
instituição educacional em sua totalidade. O projeto pedagógico tem como
propósito a explicitação dos fundamentos teóricos-metodológicos, dos objetivos,
do tipo de organização e das formas de implementação e de avaliação institucional
(VEIGA 1998, p. 113).
O processo de elaboração e implantação do projeto pedagógico fora complexo e
dúvidas sempre apareceram, mas, o gestor sempre buscou soluções dentro do próprio grupo,
fazendo com que todos enxerguem de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição.
Neste sentido, o gestor concordava com Vasconcellos (1995),
quando faz a seguinte afirmativa sobre o projeto pedagógico
‘... é um
instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada,
orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que
possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição” (p. 143).
Afirma-se que o resultado final deste trabalho teve qualidade, sua elaboração fora
pautada e fundamentada nos seguintes princípios: Princípios Éticos da
Autonomia, da Responsabilidade, da Solidariedade e do Respeito ao bem comum;
Princípios Políticos dos Direitos e Deveres de Cidadania, do Exercício da
Criticidade e do Respeito à Ordem Democrática; Princípios Estéticos da
Sensibilidade, da Criatividade, da Ludicidade, da Qualidade e da Diversidade de
manifestações Artísticas e Culturais.
2.3 – Ações assertivas na construção projeto politico pedagógico.
No decorrer do trabalho, quanto mais se estudava
sobre a obra seja assertivo (Martin
2005), para melhor analisar as situações vivenciadas na escola onde se
desenvolveu esta experiência, aumentavam-se as certezas de estar diante um gestor
assertivo. Via-se em suas ações concretizar-se o conceito de assertividade, pois
estávamos diante de um profissional competente, uma pessoa segura e confiante
em seu potencial, clara e concisa em suas relações. Esses atributos percebiam-se na maneira como
tratava as famílias, vendo-as como parceira e não como problema: o Zelo ao
convocar os pais, e o capricho ao recebê-los na escola tanto nos momentos de
reuniões especificas para elaboração do projeto politico pedagógico, tanto
quanto nas reuniões extraordinários para resolver conflitos de ordens pessoais.
Dentro deste contexto o único problema era fazer com que as famílias compreendessem
a importância de atuarem junto á escola. Quando convidados e ou convocados, era
uma minoria que comparecia, e mesmo estes que compareciam à escola ainda não
compreendiam a grandeza desta atitude. Entretanto, mesmo diante estas
dificuldades o gestor desenvolviam relações interpessoais maduras, baseadas no autorrespeito
e no respeito aos outros, tanto para com os que estavam presentes para com os
ausentes; ao intermediar os conflitos subjacentes sabia impor limites às
pessoas agressivas (desde os bebês do berçário até os mais idosos funcionários
e familiares que ali atuavam); e dentro deste contexto também estimulava as
pessoas passivas e inseguras a se posicionarem.
Ao discutir os princípios norteadores do projeto
politico pedagógico sabia expressa e intermediar sentimentos e opiniões de
concordância e discordância com tranquilidade; exercendo com bonança a
autoridade que lhe confere o cargo; e mesmo em situações vexatórias, comum a
qualquer líder, demonstra autocontrole emocional e a integra-se ao grupo, sem
se deixar manipular ou dominar pelo conformismo da maioria, conservando a sua
individualidade.
Neste longo e complicado processo de elaboração do Projeto Politico Pedagógico percebeu-se
que o gestor escolar trabalhou o reconhecimento da importância da identidade
pessoal dos alunos, suas famílias, professores e outros profissionais bem como a
própria identidade da unidade educacional no contexto de suas organizações.
Dando veracidade as teorias de LOPES,
MENDES e FARIA (proinfantil) quando afirmam que a construção da
Proposta Pedagógica ou Projeto Politico Pedagógico devem ir além da
organização de conteúdos.
“...
devem promover, em suas práticas de educação e cuidados, a integração entre os
aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo/linguísticos e sociais da
criança, entendendo que ela é um ser total, completo e indivisível.
Desta
forma ser, sentir, brincar, expressar-se, relacionar-se, mover-se,
organizar-se, cuidar-se, agir e responsabilizar-se são partes do todo de cada indivíduo,
menino ou menina, que desde bebês vão, gradual e articuladamente, aperfeiçoando
estes processos nos contatos consigo próprios, com as pessoas, coisas e o
ambiente em geral.”
(COLEÇÃO PROINFANTIL: mód.3 Und.4 : p22)
Durante a elaboração do PPP,
ficou claro o quanto se prima pela
permanentemente a atualização do SELF, pois a preocupação da gestão escolar em conhecer
a historia de cada uma fortalecendo elos de ligação entre as famílias,
disseminam as tendências básicas de Manutenção,
Expansão e Realização. Neste aspecto o diretor escolar desempenhou muito bem o papel de facilitador
das mudanças, ou seja, um solucionador
de conflitos. Por ostentar um status
elevado na hierarquia
organizacional do grupo de trabalho, o mesmo se responsabiliza por seus
sucessos ou fracassos.
As pessoas não se fazem assertivos sozinhos, nem da noite pro dia; essa
conduta se dar de forma processual, desde
a mais tenra idade e sendo ela positiva ou não, acompanhará o individuo
por tida a vida. Entretanto, é válido
afirma que enquanto se fazia o acompanhamento da elaboração do projeto politico pedagógico no
Instituo de Educação Infantil Areia Branca, percebeu-se que ao contrário de uma
ação centrada na figura de poder dos dirigentes e coordenadores, o projeto foi
construído num trabalho conjunto, participando de um processo contínuo de
formação-ação. Esse processo foi e continua sendo contínuo, fundamentado numa
educação democrática, solidária, criativa, emancipatória, que reconhece as
diferenças, cria a possibilidade de resgatar no múltiplo, na diversidade, o que
é universal, ou seja, aqueles interesses e ideais que são comuns a todos os
envolvidos na educação.
Como resolução das intempéries que rodeava o gerenciamento escolar, nota-se que
o projeto fora desenvolvido de maneira politicamente correta. Entende-se que
além de elaborado de forma coletiva, este documento também passou e passa
por constantes revisões e avaliações
pelos vários segmentos da escola, assegurando sua dinamicidade em relação aos
desafios permanentemente apresentados ao trabalho pedagógico. Vasconcellos
(1995, p. 52) ressalta a importância da participação coletiva, quando diz:
Mais
importante do que ter um texto bem elaborado, é construirmos o envolvimento
e o crescimento das pessoas, principalmente dos educadores, no processo de construção do projeto, através
de uma participação efetiva naquilo que é essencial na instituição. Que o
planejamento seja do grupo e não para o grupo. Como sabemos o problema maior
não está tanto em se fazer uma mudança, mas em sustentá-la. Daí a
essencialidade da participação.
3– CONCLUSÃO
Conclui-se
este trabalho mais seguro que antes, em relação à clareza da
complexidade e da importância do comportamento assertivo, frente à construção
do Projeto Politico Pedagógico. Mais do que sistematizar e disponibilizar
ferramentas de estudo sobre a temática, esperamos, de alguma forma, poder
estar colaborando para superar dificuldade e apontar caminhos, a fim de fazer
do processo de construção do Projeto Politico Pedagógico um Marco na gestão
escolar.
Ao findar o processo de observação e análise da experiência vivenciada in lócus, notou-se que por muito tempo a falta de empatia, entre a comunidade escolar e seus ex-diretores deixaram resquícios na
convivência do grupo. Este fato gerava insegurança, e falta de identidade no
grupo, que pouco se importavam em desenvolver ações conjuntas, pois cada um
“fazia à sua parte” e achavam que isso
bastava para o gerenciamento da escola.
Mas
rompendo com todas as intempéries a que estava submetida à gestão escolar
principalmente no que diz respeito à assertividade do gestor na gestão de
elaboração do Projeto Politico Pedagógico, surge uma nova figura capaz de
conviver com este grupo e unificá-lo sem
perder de vista a especificidade de cada um. Assegura-se que este novo líder
assumiu comportamento assertivo por varias razões, entre tantas já registradas,
ainda ressalta-se aqui a habilidade do mesmo em saber comunicar-se
eficientemente; em saber controlar situações e gerir o tempo. Suas
atitudes faziam juízo ao seu curriculum quando
utiliza seus conhecimentos
específicos de formação para resolução de problemas do dia a dia;
tomando decisões rápidas e controlando com maestria acontecimentos
ocasionais. Suas atitudes eram sempre tomadas com prudência
e criatividade conseguindo assim fortalecer a parceria família-escola, algo que
era praticamente uma utopia.
Conclui-se este trabalho
garantindo que o gestor assumiu sim uma postura assertiva em praticamente todo
o processo observado, e isso foi inquestionável, pois, geriu de forma
democrática, exercitando sua autonomia, ou seja, a capacidade de refletir e
agir diante de suas próprias opiniões, e fazendo com o grupo de pessoas
envolvidas se conscientizassem de que uma instituição educacional não deve ser
um espaço para o exercício de poder, mas sim um lugar onde as pessoas se unem
em torno de objetivos comuns.
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