FLORIDA
CHRISTIAN UNIVERSITY
UNIVERSIDADE
LIVRE DO BRASIL
CAMPUS
UNIFUTURO
NÚCLEO
NORDESTE
MESTRADO
EM EDUCAÇÃO
MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO
Disciplina:
Os códigos das emoções
Professor : Dr Glaúcio Figueredo
As emoções como pressuposto
da aprendizagem e antídoto contra
violência.
QUIXADÁ- CE
2016
As emoções como
pressuposto da aprendizagem e antídoto
contra violência.
1- INTRODUÇÃO.
Não precisa ser um exper em educação para
saber que a escola é um espaço de dinãmico
e heterogêneo, onde pemeiam diferentes valores, e intrinesco a esse valores
está a afetividade, tema central de nossa discursão.
É
notório o quanto a afetividade tem conquistado
lugar de destaque nos campos de estudos, prova disso é que várias abordagens
cientificas enfatizam as interações
sociais, destacando o papel determinante do outro no desenvolvimento e na
constituição do indivíduo, entretanto, é lastimavel o fato de que as escolas não tem tratado a
temática com a devida relevância.
E por considerar que esta
prolemática seja de tão grande relevância para a formação humana e acadêmica, julga-se,
necessário á qualquer prática docente, uma análise da relação
estabelecida entre a afetividade e o processo de ensino e aprendizagem, já
que sua relação que está inteiramente
ligada ao desenvolvimento do aluno.
Este texto não assume o caráter pretencioso de afirmar que nas escolas citadas a
afetividade vem sendo trabalhada de maneira correta ou não; mas
pretende-se convocar ao professor /
leitor a fazer uma reflexão critica
sobre a temática e por que não dizer sobre prática pedagógica. Discutiremos
neste, a relevância da afetividade no
processo do desenvolvimento cognitivo do aluno, bem como as intempéries que a
falta desta acarreta aos profissionais da educação.
Acredita-se,
portanto, que por meio de leituras e
reflexões criticas sobre o assunto, talvez se possa compreender, quais são os princípios que poderiam elucidar
as relações de reciprocidade entre educadores X educandos. Por que a comunidade escolar reluta em reconhecer a afetividade como elo
natural que liga as coisas mais
distantes e as mais diferentes? Por que somos apáticos quanto a afetividade no âmbito escolar, como ela não fosse pressuposto de
aprendizagem e bem estar de todos?
Para achar respostas a essa
indagações convida-se não só
ao leitor, mas a todos os que fazem a Educação,
a refletirem sua prática e de acordo com a problemática apresentada, espera-se
ainda que, sintam a urgente necessidade de uma reforma do ensino, haja vista
que o tema utrapassa o simples modismo teórico, configurado-se assim, numa tendência na
consolidação de teorias da aprendizagem que se baseiam numa visão mais
integrada do ser humano.
Os exemplos aqui citados, relatam fatos reais, vivenciados em uma
Escola de Ensino Fundamental da rede pública no município de Ibicuitinga, onde
Eu, autora do texto leciono. Minha sala de aula e de mais três colegas (5º anos A,B, C e D) virou lócus da experiência aqui descrita,
haja vista que nos dispomos a estudar a afetividade como pressuposto de
aprendizagem, pois muito embora os estudos cientificos comprovem a eficacia da
temática, há uma dicotomia muito grande entre as pesquisas cientificas e a
prática escolar.
2-
DESENVOLVIMENTO.
Estudos recentes
levam-nos á acreditar que a emotividade além
de fazer parte do desenvolvimento cognitivo do ser humano, desenvolve um papel decisivo no âmbito total da
sobrevivência da espécie humana.
Acredita-se que afetividade, assim como a inteligência, não aparece prontas e nem
inabaláveis, mas evoluem ao longo do desenvolvimento: são construídas e se
modificam de um período a outro, pois, à medida que o indivíduo se desenvolve,
as necessidades afetivas se tornam cognitivas.
Mas
afinal, o que é afetividades? Qual a relação desta com a aprendizagem e com o
corportamento em sociedade? Ferreira (1999,
p. 62) afirma que afetividade é
“Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de
emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou
prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou
tristeza”. Diante dessa concepção é válido afirmar que
aprendizagem e afetividade caminham juntas. Concordamos
que os sentimentos ternos de adesão pelo outro e a reação de agrado ajudam na
relação entre as pessoas, de um modo geral, então por que a afetividade ainda
nao é valorizada como deveria em se
tratando da relação professor aluno? Neste caso
a afetividade deveria ter ainda maior relevância, uma vez que ajuda a atenuar
o ranço de formalidade presente no cotdiano escolar.
Entretanto, a escola não está conseguindo lidar com os conflitos comuns ao convívio
humano. Nao sabemos o que fazer frente á
questões ligadas à afetividade algo que é intrinesco ás relações humanas. Por
mais que sejam feitos estudos decorrente á esssa questão, o problema
permanece. Será esta problemáica resquicios de uma educação que por décadas
priorizou a cognição como saber prioritário, desprezando assim, aspectos humanitários?
As torias de Wallon nos
orientam a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro
da sala de aula, haja vista que as emoções têm papel preponderante no
desenvolvimento humano. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e
suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante
e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. Presume-se,
´portanto, que está mais que na hora de entendermos que o aluno não é só cérebro, é corpo e sentimentos também.
Ao
refletirmos sobre a relação entre a
emoção e a aprendizagem cognitiva percebe-se que, tanto o professor quanto o
aluno passam por momentos emocionais durante o processo de ensino e
aprendizagem, e infelizmente o sentimento de afetivadade no âmbito escolar se confronta com uma estrutura pedagógica
mesquinha que está baseada em um modelo de sociedade medíocre, que concebe toda
a diversidade afetiva de forma negativa,
e finda desenvolvendo em sua prática uma pedagogia excludente.
Basta observar os noticiários,
documentários, e até mesmo os discursos
cotidiano de professores quer em seus locias de trabalho ou em momentos de
formação, para se perceber o caos em que a escola públca brasileira esta
submetida. Grande parte da comunidade escolar, nutrem pela escola sentimentos de desilusão e
impotência diante de tantos problemas vivenciados, um destes sentimentos, como ja dizia Como diz
Maturana, (1999, p.23) refere-se às
relações eu-outro, a não aceitação do
outro como um legítimo outro na convivência. Nos dias atuais, até parece que muitos dos pais de
alunos se tornaram inimigos dos professores, e estes por sua vez, ainda
enfrentam um outro dilema mais deprimente: se sentem amordaçados pelo sistema
que lhes usurpou toda a “autoridade” em sala de aula e consequentemente viram
vitimas de chantagem e até de violência por parte de alunos e seus familiares.
Assim como nao é conveniente apregoar um saber segmentado sob pena de comprometer toda a formação acadêmica do
aluno, também não é aceito que o
trabalho com as emoções seja
desestruturado, pois, abalará o comportamento de toda humanidade, um exemplo disso é o índice de violência que
tem aumentado em nossa sociedade, fazendo com que através da tecnologia usadas
ao bel prazer de adultos e adolescentes imaturos, faça surgir novas formas de violência tanto em casa quanto na escola.
Acredita-se que para enfrentar situações de
conflito o professor tem que ser equilibrado emocionalmente na sala de aula,
caso contrário, o mesmo torna-se refém dos problemas, e logo irá ceder aos
caprichos da emoção. Sabemos que isso
não é tarefa fácil, mas o grande desafio do professor nos dias atuais é manter o equilíbrio entre a razão e a
emoção, tanto para o seu bem estar físico, social e cognitivo, quanto para o
sucesso do aluno. Ao professor não convém mostrar-se fraco diante dos seus
alunos, pois o torna alvo fácil de ser atingido.
A dimensão afetiva deve estar
inserida no curriculo, na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos. Mas,
por que não está? Será que há duvidas a este respeito, ou será necessário que
se crie uma lei, pra fazer valer o que já é Lei? Os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) (Brasil,1997), apregoam o desenvolvimento de capacidades
"de relações interpessoais,
cognitivas, afetivas, éticas, estéticas, ... para que o aluno possa dialogar
de maneira adequada com a comunidade, aprenda a respeitar e a ser
respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos e a
cumprir seus deveres" (Brasil, 1997, p.46).
As diretrizes concernentes à formação dos professores,
preconizam que uma educação de "qualidade" deve desenvolver, nos
aprendizes, diferentes capacidades "cognitivas, afetivas, físicas, éticas,
estéticas, de inserção social e de relação interpessoal" (Brasil, 1999 p.25),
entretanto, a afetividade foi descuidada por muito tempo, e infelizmente até
hoje, não se vê zelo em relação a esta tematica na escola. Esse descaso
resultou em alunos e professores frustrados, que se agridem em nome da auto
defesa.
Os
professores estão
vivenciando uma violência nunca vista
antes, que vem viralizando e
materializando-se através da cultura da violência, cultura esta, que se
banaliza a cada dia. A escola pública
pede socorro, mas ninguém escuta. Para Vera
CANDAU (2000) essa turbulência só
perderá força quando houver transformações profundas em toda a sociedade.
Precisamos resgatar sentimentos que hoje são tidos como ultrapassados ou fora
de moda: Cordialidade, solidariedade e preocupação com o próximo não podem
desaparecer.
Como afirma Tania Zagury ser professor é um ofício que,
concomitantemente, apresenta dilemas e desafios. Dilemas, devido a muitos
docentes encontrarem-se em situação embaraçosa, isto é, diante de,
predominantemente, duas alternativas: abandonar a profissão, ou continuar no
ofício de mestre, ambas difíceis ou inconvenientes, o que gera perplexidade,
angústias; desafios, por causa das múltiplas provocações e demandas presentes no
dia a dia da Educação formal, no cotidiano do Ensino.
’‘O professor
hoje é refém! Refém da má qualidade de ensino que ele próprio recebeu. Refém do
tempo de que necessita, mas de que não dispõe. Refém das pressões internas que
sofre do sistema. Refém da própria consciência, que lhe revela sua impotência.
Refém dos alunos, que hoje o enfrentam em muitos casos. Refém da família, que
perdeu a autoridade sobre ao filhos. Refém da sociedade, que surpreende
professores e gestores com medidas cautelares, mandados de segurança e
processos [...].’‘ (Tania Zagury 206.p:197).
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.
A
habilidade emocional é o grande pilar da educação, e não é possível desenvolver
habilidades cognitivas e de bom convivio social sem trabalhar emoção. Aconselha-se ao professor que busque a serenidade e a paciência, pois, mesmo em situações
difíceis essas virtudes fazem parte da paz que tanto necessitamos.
REFERENCIAIS
TEÓRICOS
BRASIL. Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros
curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília :
MEC/SEF, 1997.126p.
CANDAU,
V. M. Cotidiano Escolar e Cultura(s): encontro e desencontros. In: CANDAU, V.
M.(org.) Reinventar a Escola. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2000.
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio XXI: o
dicionário da Língua Portuguesa. 3 ed. Totalmente revista e
ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
MATURANA,
Humberto. Emoções e Linguagem na
Educação e na Política. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
ZAGURY,
T. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a
educação no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2006, 301p
WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa:
Edições 70, 1968.