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MARIA NOBRE - EDUCAÇÃO INFANTIL

domingo, 6 de novembro de 2016

As emoções como pressuposto da aprendizagem e antídoto contra violência.

FLORIDA CHRISTIAN UNIVERSITY
UNIVERSIDADE LIVRE DO BRASIL
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
                                           MESTRADO EM EDUCAÇÃO                                          






MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO



Disciplina: Os códigos das emoções
Professor : Dr Glaúcio Figueredo






As emoções como pressuposto da aprendizagem e  antídoto contra violência.











QUIXADÁ- CE
2016

As emoções como pressuposto da aprendizagem e  antídoto contra violência.

1- INTRODUÇÃO.

            Não precisa ser um exper em educação para saber que a  escola é um espaço de dinãmico e heterogêneo, onde pemeiam diferentes valores, e intrinesco a esse valores está a afetividade, tema central de nossa discursão.
            É notório o quanto a afetividade tem conquistado  lugar de destaque nos campos de estudos, prova disso é que várias abordagens cientificas  enfatizam as interações sociais, destacando o papel determinante do outro no desenvolvimento e na constituição do indivíduo, entretanto, é lastimavel  o fato de que as escolas não tem tratado a temática com a devida relevância.
            E por considerar que esta prolemática seja de tão grande relevância para a formação humana e acadêmica, julga-se, necessário á qualquer prática docente, uma análise da relação estabelecida entre a afetividade e o processo de ensino e aprendizagem, já que  sua relação que está inteiramente ligada ao desenvolvimento do aluno.
                Este texto não assume o caráter pretencioso  de afirmar que nas escolas citadas a afetividade vem sendo trabalhada de maneira correta ou não; mas pretende-se  convocar ao professor / leitor a fazer  uma reflexão critica sobre a temática e por que não dizer sobre prática pedagógica. Discutiremos neste,  a relevância da afetividade no processo do desenvolvimento cognitivo do aluno, bem como as intempéries que a falta desta acarreta aos profissionais da educação.
            Acredita-se, portanto, que  por meio de leituras e reflexões criticas sobre o assunto, talvez se possa compreender,  quais são os princípios que poderiam elucidar as relações de reciprocidade entre educadores X educandos.   Por que a comunidade escolar reluta em  reconhecer a afetividade como elo natural  que liga as coisas mais distantes e as mais diferentes? Por que somos apáticos quanto  a afetividade no âmbito escolar,  como ela não fosse pressuposto de aprendizagem  e bem estar de todos?
            Para achar respostas a essa indagações convida-se  não só ao leitor, mas a todos os que fazem a Educação,  a refletirem sua prática e de acordo com a problemática apresentada, espera-se ainda que, sintam a urgente necessidade de uma reforma do ensino, haja vista  que o tema utrapassa o simples modismo teórico,  configurado-se assim, numa tendência na consolidação de teorias da aprendizagem que se baseiam numa visão mais integrada do ser humano.
            Os exemplos aqui citados,  relatam fatos reais, vivenciados em uma Escola de Ensino Fundamental da rede pública no município de Ibicuitinga, onde Eu, autora do texto leciono. Minha sala de aula e de mais três colegas (5º anos A,B, C e D) virou lócus da experiência aqui descrita, haja vista que nos dispomos a estudar a afetividade como pressuposto de aprendizagem, pois muito embora os estudos cientificos comprovem a eficacia da temática, há uma dicotomia muito grande entre as pesquisas cientificas e a prática  escolar.
             
             
                                                                                                           
2- DESENVOLVIMENTO.
            Estudos recentes levam-nos  á acreditar que a emotividade além de fazer parte do desenvolvimento cognitivo do ser humano,  desenvolve  um papel decisivo no âmbito total da sobrevivência da espécie humana. 
            Acredita-se que afetividade, assim como a inteligência, não aparece prontas e nem inabaláveis, mas evoluem ao longo do desenvolvimento: são construídas e se modificam de um período a outro, pois, à medida que o indivíduo se desenvolve, as necessidades afetivas se tornam cognitivas.
            Mas afinal, o que é afetividades? Qual a relação desta com a aprendizagem e com o corportamento em sociedade? Ferreira (1999, p. 62) afirma que afetividade é  “Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.   Diante dessa concepção é válido afirmar que aprendizagem e afetividade caminham juntas.         Concordamos que os sentimentos ternos de adesão pelo outro e a reação de agrado ajudam na relação entre as pessoas, de um modo geral, então por que a afetividade ainda nao é valorizada como deveria  em se tratando da relação professor aluno? Neste caso  a afetividade deveria ter  ainda maior relevância, uma vez que ajuda a atenuar o ranço de formalidade presente no cotdiano escolar.  
            Entretanto, a escola não está conseguindo  lidar com os conflitos comuns ao convívio humano.  Nao sabemos o que fazer frente á questões ligadas à afetividade algo que é intrinesco ás relações humanas. Por mais que sejam feitos estudos decorrente á esssa questão, o problema  permanece.  Será esta problemáica  resquicios de uma educação que por décadas priorizou a cognição como saber prioritário, desprezando assim, aspectos  humanitários?
            As torias de Wallon nos orientam a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula, haja vista que as emoções têm papel preponderante no desenvolvimento humano. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino. Presume-se, ´portanto, que está mais que na hora de entendermos que o aluno não é só  cérebro, é corpo e sentimentos também.
            Ao refletirmos sobre  a relação entre a emoção e a aprendizagem cognitiva percebe-se que, tanto o professor quanto o aluno passam por momentos emocionais durante o processo de ensino e aprendizagem, e infelizmente o sentimento de  afetivadade no âmbito escolar  se confronta com uma estrutura pedagógica mesquinha que está baseada em um modelo de sociedade medíocre, que concebe toda a diversidade afetiva  de forma negativa, e finda desenvolvendo em sua prática uma pedagogia excludente.
            Basta observar os noticiários, documentários,  e até mesmo os discursos cotidiano de professores quer em seus locias de trabalho ou em momentos de formação, para se perceber o caos em que a escola públca brasileira esta submetida. Grande parte da comunidade escolar, nutrem pela escola sentimentos de desilusão e impotência diante de tantos problemas vivenciados,  um destes sentimentos, como ja dizia Como diz Maturana, (1999, p.23)  refere-se às relações eu-outro, a não aceitação do outro como um legítimo outro na convivência. Nos dias atuais, até parece que muitos dos pais de alunos se tornaram inimigos dos professores, e estes por sua vez, ainda enfrentam um outro dilema mais deprimente: se sentem amordaçados pelo sistema que lhes usurpou toda a “autoridade” em sala de aula e consequentemente viram vitimas de chantagem e até de violência por parte de alunos e seus familiares.
            Assim como nao é conveniente  apregoar um saber segmentado sob pena de  comprometer toda a formação acadêmica do aluno, também não é aceito que   o trabalho com as emoções  seja desestruturado, pois, abalará o comportamento de toda humanidade,  um exemplo disso é o índice de violência que tem aumentado em nossa sociedade, fazendo com que através da tecnologia usadas ao bel prazer de adultos e adolescentes imaturos, faça  surgir novas formas de violência tanto  em casa quanto na escola.
            Acredita-se que para enfrentar situações de conflito o professor tem que ser equilibrado emocionalmente na sala de aula, caso contrário, o mesmo torna-se refém dos problemas, e logo irá ceder aos caprichos da emoção.  Sabemos que isso não é tarefa fácil, mas o grande desafio do professor nos dias atuais  é manter o equilíbrio entre a razão e a emoção, tanto para o seu bem estar físico, social e cognitivo, quanto para o sucesso do aluno.  Ao  professor  não convém mostrar-se fraco diante dos seus alunos, pois o torna alvo fácil de ser atingido.
            A dimensão afetiva deve estar inserida no curriculo, na aprendizagem escolar e nos seus relacionamentos. Mas, por que não está? Será que há duvidas a este respeito, ou será necessário que se crie uma lei, pra fazer valer o que já é Lei? Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil,1997), apregoam o desenvolvimento de capacidades

 "de relações  interpessoais, cognitivas, afetivas, éticas, estéticas, ... para que o aluno possa dialogar de  maneira adequada com a comunidade, aprenda a respeitar e a ser respeitado, a escutar e ser escutado, a reivindicar seus direitos  e a cumprir seus deveres" (Brasil, 1997, p.46).

                As diretrizes concernentes à formação dos professores, preconizam que uma educação de "qualidade" deve desenvolver, nos aprendizes, diferentes capacidades "cognitivas, afetivas, físicas, éticas, estéticas, de inserção social e de relação interpessoal" (Brasil, 1999 p.25), entretanto, a afetividade foi descuidada por muito tempo, e infelizmente até hoje, não se vê zelo em relação a esta tematica na escola. Esse descaso resultou em alunos e professores frustrados, que se agridem em nome da auto defesa.
            Os  professores estão  vivenciando  uma violência nunca vista antes,  que vem viralizando e materializando-se através da cultura da violência, cultura esta, que se banaliza a cada dia.  A escola pública pede socorro, mas ninguém escuta.  Para Vera CANDAU (2000) essa turbulência  só perderá força quando houver transformações profundas em toda a sociedade. Precisamos resgatar sentimentos que hoje são tidos como ultrapassados ou fora de moda: Cordialidade, solidariedade e preocupação com o próximo não podem desaparecer.
            Como afirma  Tania Zagury ser professor é um ofício que, concomitantemente, apresenta dilemas e desafios. Dilemas, devido a muitos docentes encontrarem-se em situação embaraçosa, isto é, diante de, predominantemente, duas alternativas: abandonar a profissão, ou continuar no ofício de mestre, ambas difíceis ou inconvenientes, o que gera perplexidade, angústias; desafios, por causa das múltiplas provocações e demandas presentes no dia a dia da Educação formal, no cotidiano do Ensino.
’‘O professor hoje é refém! Refém da má qualidade de ensino que ele próprio recebeu. Refém do tempo de que necessita, mas de que não dispõe. Refém das pressões internas que sofre do sistema. Refém da própria consciência, que lhe revela sua impotência. Refém dos alunos, que hoje o enfrentam em muitos casos. Refém da família, que perdeu a autoridade sobre ao filhos. Refém da sociedade, que surpreende professores e gestores com medidas cautelares, mandados de segurança e processos [...].’‘ (Tania Zagury 206.p:197).


3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.

A habilidade emocional é o grande pilar da educação, e não é possível desenvolver habilidades cognitivas e de bom convivio social  sem trabalhar emoção. Aconselha-se ao professor que busque a  serenidade e a paciência, pois, mesmo em situações difíceis essas virtudes fazem parte da paz que tanto necessitamos.







REFERENCIAIS TEÓRICOS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997.126p.


CANDAU, V. M. Cotidiano Escolar e Cultura(s): encontro e desencontros. In: CANDAU, V. M.(org.) Reinventar a Escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
FERREIRA, A. B. H. Novo Aurélio XXI: o dicionário da Língua Portuguesa3 ed. Totalmente revista e ampliada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

MATURANA, Humberto. Emoções e Linguagem na Educação e na Política. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
ZAGURY, T. O professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2006, 301p

WALLON, H. A evolução psicológica da criançaLisboa: Edições 70, 1968.

Avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.

FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: Psicologia da Educação
PROFESSORA: Dnda. Isabella Oliveira de Andrade Virgínio (isabellavirginio@gmail.com)
ALUNA: Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo
POLO: Quixadá- Ce
TEMA: Avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.


I – INTRODUÇÃO


            Este trabalho é antes de tudo um convite a todos os que se interessam em educação de qualidade á  fazerem uma  reflexão sobre concepções, funções e princípios norteadores da avaliação escolar.  Vamos discutir, também, a avaliação como  uma prática social, inerente a todo e qualquer ser humano, haja vista que o tempo todo estamos fazendo juízo de valores sobre o mundo em que atuamos.
            Tomaremos como base para essa reflexão, o cotidiano de uma escola pública no município de Ibicuitinga-Ce, ou por que não dizer suas estratégias de avaliação docente, fazendo um paralelo entre a metodologia escolar e as Orientações Curriculares de Ensino.  Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na Lei de Diretrizes e Base, convida-se, o professor  leitor,  à refletir e questionar  sua prática avaliativa, bem como a função da avaliação escolar frente a ação pedagógica e o desenvolvimento humano.  
            O que motivou a escola do tema, bem como a escolha de referências teóricos, foi o fato de   percebe-se claramente que a maioria dos professores  da escola que tomamos como lócus para discursão aqui apresentada, parecem encontrar dificuldades em reconhecer que grande parte de suas estratégias avaliativas  não se enquadram nos parâmetros determinados pela LDB. Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na legislação brasileira, queremos nos reportar a práticas cotidianas escolares vexatórias e excludentes para com os alunos que não atingem a “média”.
            Após reflexões criticas sobre o tema abordado e experiências outrora vivenciadas, percebemos a necessidade de superação do caráter avaliativo da educação escolar em direção a promoção do conhecimento.  Pois  não havendo esta superação, que categoricamente nos sugere Hoffmann,  prevalece, nos currículos escolares, o pressuposto de que escola boa é a escola que reprova / retém o aluno, ignorando ou calando os diferentes níveis e processo de aprendizagem,  reforçando ainda mais as desigualdades e o preconceito sócio educacional.  

II – DESENVOLVIMENTO


            Estamos sempre fazendo escolhas, e, para escolher, precisamos avaliar o que há de positivo ou negativo em cada situação vivenciada, portanto, é válido reafirmar que  avaliação é antes de tudo uma prática social.  Entretanto, na elaboração deste trabalho escolhemos como tema de estudo a avaliação, e iremos focalizar nossa reflexão na  avaliação como  um componente do processo educativo, articulada ao planejamento, constituindo-se, portanto, um importante instrumento de análise do desenvolvimento e do conhecimento.

            Toda a discussão que permeia este trabalho parte  da premissa de que a avaliação tem a importante função de diagnosticar e apontar rumos para uma prática que analisa a situação do aluno para a promoção. Pois acredita-se que a prática educativa se torna significativa quando é marcada pela intencionalidade e orientada por estratégias que garantam a continuidade dos processos de ensinar e aprender, conforme manda a LDBE - Lei nº 9.394 de 20 de Dezembro de 1996

Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
- a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;           
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;

            O paradigma de avaliação que se presencia na escola citada, infelizmente nem sempre se opõe ao paradigma sentencioso e classificatório que ainda estamos submerso.  É evidente que na teoria ( na vontade), o corpo docente aspira por uma avaliação  que contribua positivamente com os alunos, entretanto as politicas “embrionárias” do avaliar para promoção, vai contra concepções que a séculos estão internalizadas e arraigadas nas prática  de professores veteranos.   Professores que seguem um sistema no qual foram orientados a Ensinar, Verificar, Registrar dificilmente acreditam na eficácia da avaliação mediadora, pois entendem que ministrar as aulas é transmitir  conhecimento; aplicar provas é verificar/checar a aprendizagem; e a última etapa do processo avaliativo é registar notas sobre a aprendizagem do aluno.
            O maior entrave relacionado a uma avalição eficiente é que nem todos ainda compreendem  que ação de avaliar está ligada à ação de planejar e à ação de observar e registrar o COTIDIANO  não  apenas com  notas.  A avaliação não deve ser concebida como um instrumento para medir o quanto o aluno aprendeu ou não, tampouco é uma forma de julgar, reprovar ou aprovar. De fato,  se faz necessário  introduzir nas formações docentes e nos projetos políticos pedagógicos  a perspectiva da ação avaliativa como uma das mediações pela qual  segundo  Hoffmann faria a reorganização do saber.
            Analisando os motivos que geram o tão alto índice de reprovação escolar, vemos que  é urgente a necessidade  de romper com  paradigmas de avaliação excludentes, que corrompem identidades e ignora diferenças visando a organização de um currículo que  tenta nivelar os alunos, como se  a sociedade escolar não fosse composta por  um cenário que contempla uma grande diversidade
            Ao observarmos o cotidiano escolar em épocas de avaliações internas e ou externas fica claro o quanto o professor, compromete o desenvolvimento profissional e, com isso, influencia a sua prática pedagógica, no sentido que sempre estará executando o seu trabalho, em prol do exame / prova e não da aprendizagem do aluno.  
            Para  HOFFMANN a escola precisa evoluir no sentido de fazer uma ação avaliativa reflexiva e desafiadora em termos de contribuir, elucidar, favorecer a troca de ideias  num movimento de superação  e reorganização do saber transmitido,  por meio das perspectivas
“...ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa. Professor e aluno buscando coordenar seus pontos de vista, trocando idéias, reorganizando-as. "(HOFFMANN, 1991, p. 67) 
            Os  equívocos cruciais, que tanto incomoda aqueles que querem fazer da avaliação uma ponte de medição para a aprendizagem significativa, estão muito bem   esclarecidos na fala  de Jussara Hoffmann, quando participa do  Encontro de Aperfeiçoamento dos alunos que integram os programas PAD / PED (Programa de Apoio Didático e do Programa de Estágio Docente) realizado em 20 de maio de 2015, quando a renomada palestrante afirma que:   “Corrigir não é avaliar, interpretar é avaliar”. “Um número (nota) não me permite interpretar e compreender a aprendizagem”. “Falta na prova significa ausência na prova e não zero. Não é investigar o que o aluno aprendeu”.  As afirmações da conferencista por mais duras que sejam, até parece ser uma ressonância da realidade  escolar em foco nesta análise:
 “avaliar é estar preocupado com o processo de aprendizagem”, entretanto,  a grande maioria   está muito mais preocupado com o processo de ensino, com seu planejamento, sua metodologia e não com a estratégia pedagógica que seja adequada ao interesse e a necessidade daquele aluno.  “o professor vai em frente, mesmo que aquele aluno fique para trás. O grande entrave para os avanços em avaliação é a falta de fundamentação teórica dos educadores nesta área”.   unicamp/noticias/2014/05/21
             É indispensável que o professor acompanhe e registre  o desenvolvimento do aluno, pois essa prática permite ao professor  rever e aprimorar seu trabalho pedagógico, servindo, inclusive, para pensar e repensar o planejamento e o trabalho cotidiano. Avaliar é o movimento de refletir tudo que abrange nossa prática, é também a maneira mais sensata de desenvolver  ações educativas   mais coerente e mais contextualizada.
            O professor deste século, deve se opor ao modelo sentencioso e classificatório, deve  encarar o  aluno como sendo único/singular e  admira-lo. O ato de refletir sobre sua aprendizagem  dar subsídios para reconstruir novas estratégia que promovam a aprendizagem e não  reprovação do individuo. Entretanto, esta não é uma avaliação que se faz de qualquer jeito, pois para desempenhar bem sua função, deve estar a serviço da ação investigando a vida  e o saber do aluno com a preocupação de melhorar e não de punir a situação. Deve ainda Projetar de futuro a partir de analise  da situação e planejamento  metas para o futuroDeve estar pautada em Princípios Éticos reconhecendo o aluno em sua diversidade, compreende seus saberes e dificuldades, trabalhando  a    inclusão e elabora propostas pedagógicas de acordo com a necessidade
            Conforme a legislação, o processo de avaliação deve ter como objetivo detectar problemas, servir como diagnóstico da realidade em função da qualidade que se deseja atingir. Não é definitivo nem rotulador, não visa a estagnar, e sim a superar as deficiências.


III- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este texto teve o proposito de oferecer a comunidade educacional envolvida esclarecimentos sobre  avaliação da aprendizagem, o mesmo não assumiu o caráter pretencioso de sanar dúvidas e ou dificuldades relacionadas ao tema, mas optou-se por motivar o professor / leitor a refletir sobre avaliação. 
É  certo que em se tratado de avaliação, sempre haverá, compreensíveis dúvidas e preocupações a este respeito, pois, é fato que avaliar não é uma tarefa fácil. Mas o diálogo e a troca de experiências, bem como uma pratica pedagógica bem fundamentada   resultará em um construtivo e eficiente instrumento de avaliação.
Á luz das considerações desenvolvidas, fica delegado ao leitor a competência de observar e cumprir o que diz as Diretirzes da Lei que incluem: avaliação continua e cumulativa com a prevalência dos aspectos quantitativos sobre os qualitativos e dos resultados ao longo do ano sobre os das provas ou exames finais quando adotados;


REFERÊCIAS BIBLIOOGRÁFICAS

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf  Acessado em 27/12/2015
HOFFMANN, Jussara M.L. Avaliação: mito e desafio -uma perspectiva construtivista. Educação e Realidade, Porto Alegre, 1991.



RESENHA DO FILME MATRIX



MARIA DAS DORES NOGUEIRA NOBRE ARAÚJO
Resumo: Matrix


            A trilogia matrix, é sem duvidas um grande marco na historia do cinema, uma obra valiosa em todos os aspectos: Segundo informações do site: wikipedia,  é uma produção cinematográfica estadunidense e australiana  produzida em 1999, dos gêneros ação e ficção científica, dirigido pelas irmãs  Wachowski  e protagonizado por Keanu Reeves e Laurence FishburneLançado em março de 1999, Matrix custou 65 milhões de dólares e rendeu mais de 456 milhões. Matrix Reloaded, lançado em maio de 2003, custou 127 milhões, mas já faturou mais 740 milhões e entrou para a lista dos filmes mais vistos da história. A continuação foi também o primeiro filme a arrecadar mais de 100 milhões em um único final de semana. Só no Brasil, mais de 5 milhões de pessoas foram ao cinema prestigiar a segunda parte da trilogia.
            O que transforma Matrix em um dos grandes filmes do cinema mundial, não  é apenas a inovação nos efeitos especiais, mas o enredo, pois relata  uma história  idêntica à nossa. Nossas incansáveis inquietações, estão tão presentes no filme, que não há como não se perceber no enredo.   Os dilemas que a ciência humana e filosófica não trás respostas concretas também são abordados no filme, porém  o interessante é que este, também   não trás  respostas concretas para a problemática abordada, mas tentar despertar seu personagem para essa busca: O que é realidade? O que é manipulação?
            Pode-se afirmar que Matrix é um verdadeiro serviço à consciência coletiva por elucidar bem certos padrões de comportamento, principalmente no que concerne a atividade mental. Não há como assistir o filme e após não pensar sobre a realidade de forma mais critica. Matrix é, portanto, mais que um simples entretenimento, é um convite a sair do senso comum e ver a vida de forma mais critica.
            Matrix não é apenas um filme, é uma aula para a vida, é em grande parte paralelo à analogia da caverna, iluminação, liberdade;  estão subjacentes ideias de ambos.  Seu principal objetivo pode ser nos alertar de nossa ignorância pois nem tudo  aquilo que vemos  é real.  De forma simbólica é como se os seres humanos estivessem sendo convidados á  quebrarem as correntes e avançarem para a verdade da vida, para ajudar aos outros a alcançar o mesmo fim. Platão apresenta um indivíduo da busca da verdade através de um desejo de conhecimento, enquanto que Matrix dá-nos um "messias" ou um herói para faze-nos livres. 
            Concordo plenamente com a trilogia Matrix, quando deixa claro em seu enredo que  desde o dia do nosso nascimento somos aprisionados pelo poder cultural e diversos padrões de vida fascinantes que findamos por não querer nos desprender destes, e acreditamos  na perfeição     “deste” ou “daquele”  modo como fomos criados, e por não perceber que somos escravos de um sistema dualista, o consideramos como sendo  o mais perfeito modo de ver o mundo.
            Em pleno século XXI vivemos aprisionados em nossos sentidos, a sociedade põem máscaras nos nossos olhos e algemas em nossas mãos, mas a maioria de nós, não despertamos para a realidade. Uns por não saber que ela existe, e outros pelo fato de não querer despertar, pois para alguns a certeza da realidade seria um golpe mortal. Alguns jamais tomaria a “pílula vermelha’’, pois o conhecimento da realidade poderia lhes tirar da zona de conforto e isso amargaria seus dias, mais que a alienação que a sociedade lhes impõem.
            Dentro de uma visão critica é fácil perceber que vivemos numa época de alienação politica, religiosa  e midiática. A cultura do controle e medo aprisiona a humanidade e sem espirito critico perdemos a consciência do que somos.
            Mas, que é realidade?  Segundo Matrix se associarmos o termo á sentimentos, ao o  que é palpável, que se pode provar e vê, então “realidade” seria apenas  simplesmente sinais interpretados pelo  cérebro humano, ou seja, a realidade não existe, tudo faz parte de uma simulação interativa.  Porém, acredito que a vida é bem mais que um processo automatizado de reações bioquímicas.




Diversidade religiosa na escola e a discriminação aos evangélicos

FLORIDA CHRISTIAN UNIVESITY
CAMPUS UNIFUTURO
NÚCLEO NORDESTE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
Ensaio Científico: Diversidade religiosa na escola e a discriminação aos evangélicos
Disciplina: Antropologia da Educação
Prof. Dr: Cristian Paiva
Aluna: Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo

I  - INTRODUÇÃO.
            Este ensaio tem como principal objetivo pensar antropologicamente a diversidade cultural religiosa no âmbito escolar e por fim busca romper com preconceitos vividos pela classe minoritária (os evangélicos). Porém, antes de abordarmos o assunto  com base na legislação brasileira, do ponto de vista  dos Direitos humanos e estado laico, queremos nos reportar a práticas cotidianas escolares vexatórias e excludentes para com os alunos evangélicos e ou filhos de evangélicos.            
            Pretende-se por meio deste discutir o multiculturalismo religioso que permeia as escolas publica da rede municipal de ensino no município de Ibicuitinga – Cé, e por fim lança-se o convite aos leitores e a todos os que fazem a educação a repensar  politicas pedagógicas e sociais que excedam o etnocentrismo,  uma vez que o “ensino religioso”  impregnado de dogmas catolicistas já não  pode mais ser considerada  comum à todos.
            Queremos ainda propor o rompimento de ideias e atitudes dicotômicas: católicos X evangélicos (assembleianos pentecostais), uma vez que todos os sujeitos que compõem a diversidade cultural religiosa devem ser tratados como pessoas que tem identidades e comportamentos plurais, que se transformam e contradizem normas comportamentais de um determinado grupo outrora dominante.  
Abordaremos a postura dos professores frente à diversidade cultural religiosa, conjecturando-as aos pensamentos de Maria Candau, e outra referência bibliográficas  sugeridos nos estudos da  disciplina antropologia da educação.
II - DESENVOLVIMENTO

            Não se pode falar em multiculturalismo e religião, sem lembrarmos a história dos hebreus, pois o principal legado que este povo deixou as demais nações  foi no âmbito religioso. Que os hebreus  foram os primeiros povos a adotar o monoteísmo, e que seu Deus se  destacou-se na literatura, principalmente na Bíblia Sagrada também não é novidade.  Porém poucos sabem que a missão dos profetas hebreus, era educar / ensinar a Lei de Deus ao povo de Israel. Portanto, temos na história dos hebreus o primeiro plano de ensino religioso.
            Neste mesmo contexto também  é valido a afirmativa  de que a Civilização hebraica  foi, a mais marcante e expressiva de que se tem conhecimento na história da humanidade.  Os hebreus se destacaram por sua religião e pelas contribuições na literatura. Desde a antiguidade a educação religiosa e  secular deve ser obrigação da família. Segundo a bíblia sagrada até que a criança viesse a ter maturidade era competência da família,  ensiná-la e orientá-la a viver segundo os princípios cristãos.  Vejamos, portanto, algumas citações bíblicas que fundamentam essa ideia:
Genesis 18: 19    (Palavra de Deus  a Abraão)
“Porquanto Eu o escolhi, para que instrua seus filhos e todos os seus descendentes acerca de conservarem-se no Caminho do SENHOR, praticando o que é justo e direito, a fim de que o SENHOR faça vir sobre Abraão tudo quanto lhe tem prometido!”

Deuteronômio 4: 9 (Palavra de Deus a Moises)
“Tão somente guarda-te a ti mesmo e cuida bem da tua própria alma, a fim de que jamais te esqueças dos muitos sinais que os teus olhos contemplaram, e para que tais vivas recordações nunca se apartem do teu coração, em nenhum dia da tua vida. Ensina-as com dedicação aos teus filhos e aos teus netos.”

Deuteronômio 6:7 ( Moises instrui o povo hebreus, segundo revelação divina)          
“Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.”

Salmo 78:1 à 7  (Daví – Judá – Masquil testemunham sobre seus pais)  
1-Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca.
2 - Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade,
3 - coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
4 - Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos às gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.
5 -Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma LEI em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;
6 - para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,
7 - a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem a palavra da LEI;

Efésios 6: 4  (Apóstolo Paulo admoesta aos crentes de Efésios)
E vós, pais, não provoqueis a ira dos vossos filhos, mas educai-os de acordo com a disciplina e o conselho do Senhor.

1ª Samuel 12: 26  (Relato a vida do profeta Samuel, criado e ensinado na sinagoga pelo sacerdote  Eli)
E o jovem Samuel ia crescendo, cada dia mais, em estatura e em graça e estima por parte do SENHOR e de todas as pessoas à sua volta.

1º Samuel 12: 2 (Samuel apresenta Saul como rei em Israel, e fala da importância de instruir o povo no caminho “certo”.
De agora em diante, será o rei quem marchará à vossa frente. Já estou velho e de cabelos brancos, e meus filhos habitam entre vós. Fui vosso guia desde a minha mocidade até hoje.…

            Não temos a pretensão de concordar ou discordar ou não do Ensino religioso nas escolas, mas refletir sobre as metodologias e recursos que são utilizados para esse fim. Assim sendo, chamamos o leitor a refletir sobre o seguinte questionamento: Nos dias atuais a quem interessa o Ensino Religioso? Seria essa uma obrigação da escola? Da família? Ou do Estado?  O que mesmo se deve ser ensinado? 
            Muito se tem falado em diversidade cultural nas escolas, mas quando essa diversidade cultural, está ligada a religiosidade  falta argumentos e conhecimentos legais. Acredita-se, porém, que nem todos conhecem os documentos legais que amparam as escolas para esse fim, fato este que gera os equívocos que tanto provoca o descompromisso, preconceito e exclusão das minorias.                  
            Na verdade a educação brasileira foi principiada em um catolicismo com características medievais: indulgente, intolerante e inquisitório, traços esse que ainda se refletem nossa postura. Acredita-se ainda que a Lei Federal, 9394/96, que deveria ser adaptada ao projeto  politico pedagógico escolar, não é sequer conhecida por todos os que ministram o ensino religioso.
            É inconcebível aos professores  contemporâneos assumir o  pensamento auspicioso de que somos um pais puramente cristão só por imposição dos primeiros colonizadores. A legislação nos garante que somos um país laico, portanto deveríamos adotar uma posição neutra no campo religioso. Deveríamos, portanto, defender a liberdade religiosa a todos os alunos e não mais cultivarmos o proselitismo religioso como faziam os jesuítas.
            O Artigo 5º da  Constituição Brasileira (1988) e prever a liberdade de crença religiosa, além de   proteção e respeito às manifestações religiosas:  “VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença...” Entretanto, a laicidade do Estado fica ameaçada em detrimento do ensino religioso nas escolas públicas brasileiras.
            Fundamentada na LDB e  revista nova Escola (2009)  faremos um resgate histórico  da educação brasileira, para que se discutir o caráter educativo da laicidade do Estado para a esfera pública
            Acredita-se que por meio desta leitura, venhamos compreender que   a igreja católica não deveria ter mais nenhuma soberania, em relação  ao poder e controle educativo, pois o   Regime jurídico de União Estado-Religião, nesse caso, a União com a igreja Católica vigorou no período de  1500 a 1889, com a chegada dos jesuítas trazidos ao Brasil pelo então governador geral Tomé de Souza, que por muito tempo cultivou o catolicismo como sendo a religião oficial do império.
            Outro fato importante no âmbito da  história educacional,  Compreende os anos  1890-1930, quando foi criado o Regime jurídico de Plena Separação Estado-Religiões.   Neste período presidente Manoel Deodoro da Fonseca, assina o Decreto 119-A que  proíbe a intervenção da autoridade federal e dos Estados federados em matéria religiosa e consagra a plena liberdade de cultos a qualquer religião. A partir  de então entra em vigor a primeira Constituição republicana que define a separação entre o Estado e quaisquer religiões ou cultos,  e o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos é totalmente leigo.  Nesse mesmo período todas as religiões são aceitas no Brasil e podem praticar sua crença e seu culto livre e abertamente. 
            Entretanto, os anos 1931-2008, também marcam a historia da educação brasileira. Pois nessa época nasce o    Regime jurídico de Separação Atenuada Estado-Religiões. Em  1931, por meio do Decreto de Getúlio Vargas o ensino religioso volta  as escolas publicas, porém em caráter facultativo. Ainda em 1934 é promulgada uma nova Constituição, cujo artigo 153 define:
"O ensino religioso será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais". 

            Acredita-se que a intenção do decreto é boa, mas a nova promulgação da Constituição tentava retomar algo que “deu certo” para os católicos que eram e ainda é a classe dominante. Entretanto percebe-se que há uma contradição com a realidade,  ou talvez seria mesmo uma descarada manipulação dos fatos. Pois no município de Ibicuitinga, lócus de observação da problemática, e acredita-se que em centenas de outros municípios, o ensino religioso sempre foi obrigatório, sempre priorizou-se dogmas e liturgias católicas, esses eram tidos como CERTOS, como a LEI de DEUS, o “resto” era apenas heresias.  E lamenta-se que até hoje o proselitismo ainda predomina descaradamente, em relação  à denominação católica.
            Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), de dezembro de 1996, definia que: 
"O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter: 

I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas;


            Até hoje essa data é conhecida e celebrada como a “era de ouro”, pois o padre do município ministrava as aulas, torando-as em verdadeiros catecismos. Pastores evangélicos e outros líderes religiosos não era considerados aptos para esta função, pois, não tinham respaldo cultural perante a sociedade para tão grandiosa missão.  Além disso, as aula de religião aconteciam  no horário normal das aulas, e as crianças, de outra religião eram obrigadas a estarem na sala de aula ouvindo doutrinas contrarias a sua religião. Falo doutrina, por que as aulas de religião até bem pouco tempo atrás era doutrinação religiosa mesmo, e até o presente momento ainda se percebe isso.
            Diante do contexto descrito, não há como negar  a discriminação sofrida pelos alunos não católicos. Se a opção religiosa dos pais não é considerada, imagina dos alunos que ainda são crianças e não sabem argumentar. Será que a estes é dado o direito de ausentar-se da sala de aula se o assunto contraria sua religião? E os alunos que não tem religião, os ateus e filhos de ateus, ou mesmo de religiões não cristãs, será que a escola pensa neles como cidadãos normais?
            Se a escola entende  a religião como algo que compõe a identidade do sujeito, deverá tratá-la como algo que transcende papeis sociais, pedagógicos e doutrinários e não menosprezando uma em detrimento de outra(s). Neste sentido, não convém  que a escola trate a pluralidade religiosa de forma redutiva, pois assim fazendo, finda por excluir os não católicos, de muitas de suas atividades curriculares. 
            Como resultado do preconceito exacerbado que opera no seio escolar, existe  filhos de evangélicos que negam sua fé. Muitos ainda chegam a deixar a escola por seres vítimas de bullyng, apelidos pejorativos como “os aleluias, santos (as) do pau oco”, são obrigados a ouvirem calados deboches às expressões sagradas como: “A paz do Senhor, o sangue de Cristo tem poder”.   Meninas ainda crianças que são criticadas pelas vestimentas se diferenciada das demais. Ou caso contrário, se vestir-se igual as demais logo vem os aconselhamentos e cobranças de amigos e profissionais hipócritas.
            O chocante de tudo isso é que quando se trata de abuso aos evangélicos, tudo parece normal aos olhos de muitos gestores, que simplesmente aconselha-os a perdoarem, pois é isso que a religião manda.
            Uma prova de que não se trata de ataque ou contra-ataque ao proselitismo católico, vejamos o que diz LOURO GABRIEL (1997. P 62), quanto a estrutura escolar:
A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o que cada um pode (ou não pode) fazer, ela separa e institui.
(.....)  Através  de seus quadros, crucifixos, santos e esculturas, aponta aqueles / as que deverão ser modelos e permite, também, que os sujeitos se reconheçam ou não nesse modelo.                               
            Ainda no tocante a citação supracitada, podemos correlaciona-la, as festas juninas, a festa da pascoa denominada pela igreja católica como semana santa,  e as festas tradicionais dos /das padroeiros(a) de cada localidade do município. A escola sempre está marcando presença, e os festejos contam como dias letivos no calendário escolar, entretanto negam o sábado aos adventistas.  Que leitura se pode fazer destas festas os alunos não católicos?  Quem está ali representado? È cabível e louvável que a escola trabalhe desde cedo o respeito ás diferenças, mas nessas festividades  como fica os que não proferem a fé católica? Excluídos?  Na verdade, parece que isso pouco importa, por eles são minoria!  
            Não estamos querendo dizer que não interessante os festejos aos santos.  Essa atividade seria produtiva, se os alunos fossem levados à observar, analisar, buscar compreender e até possível á preferir, entretanto a escola impõem à todos o culto a Deuses estranhos, desconsiderando assim princípios e crenças religiosas e diversificadas.  
            Para Reinaldo Fleuri (2000. p:75), dentro de uma perspectiva intercultural religiosa a escola deverá ser concebida como construção de processos em que diferentes pessoas desenvolvem relações de reciprocidade entre sí. A esse respeito o autor preconiza que:  “As ações e reações entre sujeitos criam, sustentam e modificam contextos relacionais. Esses contextos, por um lado, configuram referências culturais, a partir das quais  os atos individuais adquirem significados”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Que fique claro ao público leitor que perante a Constituição Federal não importa qual a religião predominante no país, as escolas devem aceitar e respeitar  toda a diversidade religiosa. E é necessário ampliar as estratégias metodológicas para que se possa garantir ao aluno o que já está garantido por lei: A não violação e  a liberdade da consciência e de suas  crenças.
            Convida-se portanto a escola à fundamentar seus projetos e politicas pedagógicas em uma cultura de paz e não em competições, e que comece a pensar o ser humano como uma espécie e não apenas como ser individual, pois, se assim fizermos,   talvez ponhamos fim a intolerância religiosa e as demais.
            Finaliza-se, portanto este texto apelando aos professores, gestores, que venhamos  a nos dispor de nossas convicções religiosas, que venhamos a respeitar a diversidade. Claro que o que “ensina, o que gerencia” é um individuo que também tem direito as suas próprias escolhas e que tem suas convicções de fé, mas, enquanto  exerce a função profissional, guarde-as para sí.  É imprescindível que os que fazem a educação sejam aptos á compreender e aceitar as diferenças, mesmo que, às vezes, discordem conceitualmente.
            Não estamos sugerindo que escola, família ou estado  negociem seus valores ou que abdiquem de suas escolhas, apenas que espeite os dos outros. Respeito sempre é bom,  principalmente quando se trata de convicções quanto ao sagrado, pois sabemos que as principais atrocidades que a humanidade comete é na maioria das vezes em nome da fé.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em Português  por Joao Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Ed, 1995. Barueri, SP. Sociedade bíblica do Brasil, 2004.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. – 35. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012. 454 p. – (Série textos básicos ; n. 67)
CANDAU, Vera Mª (org) Ensinar e aprender: sujeitos, saberes e pesquisa. Rio de Janeiro: DP&A, 2000 – texto  Multiculturalismo e interculturalismo nos processos educacionais. REINALDO MATIAS  FLEURI.
Decreto de Getúlio Vargas   http://revistaescola.abril.com.br/img/gestao-escolar/ acessado em 25-07-2015
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós – estruturalista - Petrpolis, RJ. ed: Vozes, 1997.  6ª edição2003


Nova Escola online.  As leis brasileiras e o ensino religioso na escola pública. 29 de Outubro de 2009. Disponível também no site: Biblioteca Virtual  FAPESP  http://www.bv.fapesp.br/namidia/noticia/33156/leis-brasileiras-ensino-religioso-escola/           acessado em 25 – 07- 2015.