CONTRIBUIÇÕES DA NEUROCIÊNCIA NA COMPREENSÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA
LEITURA.
Maria das Dores Nogueira Nobre Araújo
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Este texto pretende
estudar como o cérebro se comporta durante o processo de aprendizagem relacionado à construção da leitura, haja vista ser este
tema uma das
principais inquietações dos professores alfabetizadores nestes últimos
tempos.
Elegeu-se como principal objetivo propiciar aos
leitores a reflexão sobre a descoberta
do saber, como a criança aprende e do que necessita para efetivar as
aprendizagens no campo da leitura, tornando-as significativas.
Para melhor compreensão do assunto, será
feito uma conjectura entre o processo de construção da leitura e a ação do
cérebro neste processo. Assim sendo, a
neurociência será tomada como base deste estudo, pois esta corrente filosófica nos permite conferir, como funciona o cérebro e as
estruturas que levam à aprendizagem.
Por entender que o nosso cérebro é o responsável
pela forma como se processam as informações, se apreende os saberes e se transformam as conduta humanas, considera-se necessário que os educadores aprofundem os conhecimentos acerca das contribuições das neurociências
no processo de leitura.
Se
o papel primordial da escola é proporcionar aos alunos oportunidades e orientação para aprendizagem
significativa, bem como aquisição de
novos comportamento para que este venha atuar melhor no meio onde está
inserido, não se pode menosprezar ou não interessar-se pelas descobertas das
neurociências no campo da leitura e escrita,
haja vista que relevantes estudos
nesta área estão esclarecendo alguns dos mecanismos cerebrais responsáveis por
funções mentais importantes na aprendizagem.
Ressalta-se
porém, que em momento algum este
trabalho assumi o papel pretensioso de propor
uma nova pedagogia sugerindo mudanças à prática docente, entretanto, pretende-se por meio deste provar a eficácia de estratégias
pedagógicas, que respeitam a forma como o cérebro funciona. Considera-se assim que, o presente trabalho tem grande
relevância para os leitores que aspiram uma educação de qualidade, no que diz respeito
ao processo de alfabetização e letramento,
pois o mesmo chama atenção do leitor / alfabetizador á repensar sua
prática, a crer na importância da linguagem, repensar os métodos de alfabetização e o
ensino-aprendizagem da leitura.
Discutir as contribuições
da neurociência no processo de
aprendizagem da leitura requer uma
investigação profunda, haja visto ser a temática ainda pouco estudada, e pelo
fato de o próprio assunto ser por demais complexo como afirma
PEREIRA, 2011, p.21 “A
Neurociência é uma ciência nova que estuda o sistema nervoso central bem como a
sua complexidade através de bases científicas.”
Para que haja
compreensão do comportamento do
organismo humano em relação a construção da leitura é mister que
procure-se entender um pouco do sistema nervoso, haja vista ser nesta
área que localizam-se as inteligências e os comandos físicos e psíquicos do
corpo, situações essas, que são decisivas para o bem estar ou não do individuo
em uma sociedade letrada e por que não dizer na escola propriamente dito.
Diante das
concepções expostas nos parágrafos anteriores, acredita-se, que não
se pode investigar os métodos de Aprendizagem da leitura, sem abordar os processos neurais, elos que se instituem,
neurônios que se ligam gerando novas sinapses. Neste sentido, conceitua-se, a Aprendizagem, como sendo o mirabolante e
complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando
sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos) e tornando-as mais "intensas". Ainda nesse contexto concorda-se com Vera Lucia Mietto 2009 quando afirma que a cada estímulo novo, a cada
repetição de um comportamento que se deseja consolidar, existem circuitos que
processam as informações, que serão prontamente concretizadas.
Dentro do cérebro humano estão guardados as memórias, sentimentos, desejos,
pensamentos, decisões.... e não é atoa
que muitos o denominam como sendo “o
computador do nosso corpo”. A partir
dessas concepções percebe-se cada vez
mais a importância de se ter
conhecimentos a cerca das funções do cérebro humano pra que que possa desenvolver
/ sustentar uma pratica pedagógica flexível e eficiente, sem a qual dificilmente se formará bons leitores.
Mas, para que a escola tenha êxito neste sentido,
se faz necessário compreender que a capacidade da leitura está associada a
áreas especificas do cérebro. Daí a importância de entendermos a estrutura
física o cérebro humano.
Pesquisas afirmam
que o cérebro humano tem dois hemisférios, e que o lado esquerdo é o
responsável pelas aptidões de leitura, pelo uso da linguagem, nascimento de
instruções, localização e de fatos, identificação de símbolos e escrita a
mão. Já o hemisfério do lado direito, é o responsável pelas habilidades de matemática,
canto, musica, expressão artística,
criatividade, emoções e sentimentos.
É bem verdade
que a
importância do hemisfério esquerdo na atividade da leitura em adultos já é
conhecida desde o final do século XIX, e, ainda nestes últimos anos vários estudos tem mostrado
resultados na mesma direção, vejamos o que diz Academia Brasileira de Ciências 2011. p 52
sobre o assunto:
As estruturas neurais relacionadas a
leitura estão distribuídas principalmente no hemisfério cerebral esquerdo,
incluindo a região occipital, temporal posterior, giros angular e supramarginal
do lobo parietal e o giro frontal inferior e estas áreas são ativadas em diferentes
tipos de situações que ocorrem durante a leitura.
Dentro de uma visão
cientifica é valido afirmar que o
cérebro é o órgão da aprendizagem e que
ele está relacionado a um conjunto de
habilidades. Mas para que se possa
compreender o funcionamento do cérebro a
favor da leitura, far-se-á aqui uma descrição mais especifica por meio de uma consulta / pesquisa sobre a
anatomia e funções do cérebro
humano, no http://www.todabiologia.com/anatomia/cerebro.htm. E a partir dessa consulta confirmam-se as
definições e conceitos escritos nos parágrafos anteriores, e mais uma vez
ressalta-se que o cérebro humano possui quatro áreas assim
conceituadas: lobo frontal:
localizada na parte frontal do crânio, responsável pelos movimentos voluntários
e de suma importância para o estudo da personalidade e inteligência: lobo
parietal: localizado na parte posterior frontal, Possui uma área chamada
somatossensória, responsável pela percepção de estímulos sensoriais que ocorrem
através da epiderme ou órgãos internos; lobo
temporal: possui uma área chamada córtex auditivo e esta diretamente ligada
a audição; e ainda o lobo occipital: localizada
na nuca (parte de trás da cabeça), nele
encontra-se o córtex visual, que recebe todas as informações captadas pelos
olhos, portanto sua especialidade é a visão.
A neurociência
permite a compreensão do processo
de aprendizagem nos circuitos neurais, partindo do estudo de um sistema nervoso
central, conhecendo o funcionamento dos estímulos cerebrais, suas regiões, lobos, sulcos, reentrâncias tem sua função e real
importância num trabalho em conjunto, onde cada um precisa e interage com o
outro. Mais qual o papel e função de cada região cerebral?
O cérebro é dividido em quatro áreas conhecidas como: lobo frontal, lobo parietal, lobo temporal e lobo occipital
Nesse contexto, também há quem diga
também que “Se uma pessoa não aprende da maneira como é ensinada, é melhor
ensiná-la da maneira que pode aprender”.
Nesse sentido, de suma importância que o
professor repense sua pratica á luz da neurociência, buscando entender que cada
individuo é único; assim sendo, já não se concebe mais uma pratica mecânica e igual a todos os
alunos. Portanto, é fundamental que o professor ajude ao aluno a perceber sua personalidade, tornando-o também responsável pelo
ato de aprender a ler e escrever.
Ratey
(2001) afirma que
uma
melhor compreensão de como o cérebro funciona proporcionará a todos nós um
melhor domínio sobre quem somos e uma orientação sobre como podemos exercer um
papel ativo na configuração de nossas vidas. (p. 15)
REFERÊNCIAS
VARGAS, Rose de
Pinho: O papel da emoção no neuroprocessamento da aprendizagem matemática – VI congresso internacional do ensino da
matemática. ULBRA – Canoa – Rio Grande do Sul -
Brasil – 16, 17 e 18 de 2013.
GUERRA, Leonor
Bezerra: O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios e
possibilidades. Revista Interlocução, v.4, n.4, p.3-12, publicação
semestral, junho/2011.
Aprender como aprender: otimização da aprendizagem FERNANDA ANTONIOLO HAMMES DE CARVALHO*MAGDA
SUZANA NOVO** Momento, Rio
Grande, 17: 45-55, 2004/2005. 53
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